quarta-feira, 27 de agosto de 2014

OS ESTUDOS CONTINUAM


Eis o motivo mais caro ao meu pensamento: a Antropologia, entre a filosófica e a evolucionista. 

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

UM POUCO DE ROUSSEAU


Algumas escolas compareceram ao 9º B Log nesta quarta-feira, para assistirem à formatura de encerramento da Operação Guarani - exercício combinado entre os exércitos do Brasil e da Argentina. 
A Seção de Comunicação Social da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, onde trabalho, confeccionou 200 bandeiras de papel dos dois países, que foram distribuídas às crianças. 
Para o êxtase da inflamada assistência, realizou-se um sobrevoo de helicópteros brasileiro e argentino. Durante o desfile, as crianças agitavam as bandeirinhas, gritando o nome do país vizinho inclusive: "Argentina...! Argentina...!". 
Ato contínuo, pensei em Rousseau. Os pequenos da foto provam o acerto da filosofia desse iluminista. O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. As crianças ainda não desenvolveram a implicância, a animosidade, o preconceito contra los hermanos (coisa que ficou evidente no final da Copa do Mundo). 
O coro das crianças foi um dos melhores momentos da formatura, ao lado da apresentação das aeronaves e do desfile dos militares argentinos ao som dA Conquista do Paraíso (Vangelis), executada pela Fanfarra do Esquadrão de Comando da 1ª Bda C Mec. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

FILHOS URUBUS

      No diálogo de um conto fabuloso, o urubu faminto se queixa ao gavião, lamentando que ele sobreviva da infelicidade alheia, da morte dos outros. O gavião interage com arrogância: “Compadre urubu, quando tenho fome, pego, mato e como!”. Durante a conversa, passa voando uma pomba, e o gavião, para demonstrar sua natureza ao seu interlocutor, sai em perseguição à próxima presa. Para se defender, a pomba penetra no mato abaixo. Seu perseguidor vai atrás se acaba espetado por uma taquara. Malferido, o gavião vê o urubu pousar à sua frente e continuar com a conversa: “Foi o que eu te disse, compadre gavião, vivo das infelicidades dos outros!”.
        Tudo é possível na ficção (até uma ave falar). Ela representa, como pensava Gabriel Garcia Márquez, uma transposição (metafórica) da realidade.
        A partir de uma pequena mudança, o conto do urubu e o gavião serve para ilustrar certas situações vividas pelo homem.
        Neste momento, penso numa pessoa idosa que vê seus filhos se digladiarem numa disputa mais ou menos aberta pelos seus bens. Com profunda e inconfessável tristeza, ela percebe a expectativa que se oculta por traz da aproximação insuspeita. A não ser a perspectiva da morte iminente, pouca coisa guardaria alguma semelhança entre o gavião da fábula e o idoso. O voo do gavião, exagerando na transposição, poderia representar o trabalho do homem (não apenas para a própria sobrevivência e para a sobrevivência de sua prole, mas para o progresso econômico da família). Da mesma forma, a arrogância da ave poderia ser associada à ostentação (que a pessoa faria de seus bens).
        Da fábula para a realidade, o gavião deixou de ser mau. Em contrapartida, o urubu deixou de ser bom.
        A comparação que faço entre o urubu, que espera o compadre morrer para se alimentar de seu cadáver, e os filhos que esperam o pai ou a mãe partirem, para se apropriar de seus bens (por direito), baseia-se na realidade, na observação. Não é produto da minha imaginação. Conheço alguns casos reais, que poderia ser denunciado ao ministério público, como mau trato e/ou abandono de pessoa idosa.
        Urubus, vocês estão na minha linha de visada!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

PALAVRAS DE FOGO

Palavras de fogo é o título que darei ao meu quinto livro, cujo lançamento acontecerá na próxima Feira do Livro de Santiago (em novembro de 2014). 
Ele pertencerá ao mesmo gênero aforístico de O fogo das palavras, publicado há três anos. Nesse caso, o simples trocadilho ilustra o grau de proximidade entre ambos e mantém a coerência de minha produção intelectual. 
Hoje me vejo mais inclinado a ser um discípulo da razão, que um enamorado da poesia, embora a verdade e a beleza se amalgamem no mesmo discurso. O próprio título “palavras de fogo” une o sentido literal dos termos tomados objetivamente e o sentido figurado: “palavras” significam pensamento, ideia; “fogo” significa intensidade, paixão. 
Minhas palavras, lamentavelmente, sequer chegam a queimar o que quer que seja, quais centelhas repentinas que se perdem no ar. 
Em meu blog Contraponto, o ofício de lançar chispas é quase diário. Prazeroso, pela perspectiva de provocar o leitor, de fazê-lo mirar a luz (por um instante apenas). Frustrante, pelo fato de não provocar quem quer que seja. Na coluna semanal do Expresso Ilustrado, há mais de dez anos, venho fazendo a crítica do que necessita ser criticado – às vezes de uma maneira fria (que também queima); às vezes, cálida. Em meus cadernos de anotações, a propensão incendiária se apresenta ainda incontrolável, sem o refrigério da autocrítica. 
O livro será a consolidação desses três espaços, subdividido em capítulos temáticos (pouco distintos, no entanto, em vista de se filiarem à noção de complexidade proposta por Edgar Morin). 
Mesmo que se destine ao futuro, Palavras de fogo representa uma chama que ilumina meus dias sombrios. A propósito, não tenho dias sombrios. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O UNIVERSO ELEGANTE


Mais um livro para a minha biblioteca: O Universo elegante, de Brian Greene. 
Já havia lido sobre as "cordas cósmicas" em  O Universo numa casca de noz, de Stephen Hawking, que o astrofísico alerta para não confundir com a teoria das cordas (ou das supercordas), que é uma especialidade de Greene. 
Apesar de ser uma popularização da teoria, a leitura é pesada, está no limite da minha capacidade de compreensão. Devagar e sempre, no dizer sulino, pretendo conhecer um pouquinho dessa teoria. 
Depois do romance histórico O homem que amava os cachorros, que recomendo aos leitores amigos, encaro este outro (menos extenso, todavia mais denso).   

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

POLÊMICA LANÇADA

Muitos concordam que a educação não anda bem no Brasil, admitindo-se, metaforicamente, que ela tenha pernas para a própria locomoção. Essa capenguice, em grande parte inata, também decorre do terreno político e cultural em que se insere, cuja irregularidade aumenta à medida que intentam facilitar seu movimento. Tal empecilho é exatamente o que propõe o Conselho Estadual de Educação (CEED), proibindo as direções das escolas de manterem a disciplina necessária para o bom andamento das atividades, retirando o aluno transgressor da sala de aula. Uma lei nesse sentido vai de encontro à autonomia alcançada pelas escolas, uma conquista que se deve aos grandes educadores de todos os tempos.
Sim ou não?
A polêmica está lançada.

domingo, 3 de agosto de 2014

O BRASILEIRO NÃO SABE VOTAR???

Um preconceito bastante arraigado no Brasil expressa que a nossa sociedade é culpada pelos maus governos, uma vez que é ela que elege democraticamente seus representantes. Também o professa Marco Aurélio Mello, o penúltimo presidente do Supremo Tribunal Eleitoral.
Até agora, não tenho conhecimento de alguém que saísse em defesa do votante (antes e depois das eleições). Pelo contrário, continuam a acusá-lo de não saber votar. 
Não é por amor ou compaixão aos meus compatriotas que denuncio esse preconceito, senão pela invalidade lógica do conteúdo da acusação. 
Neste momento, é possível apontar qual candidato à presidência fará, se eleito, um bom governo? ISSO É POSSÍVEL?
A incapacidade do eleitor votar acertadamente não decorre de sua ignorância, mas da limitação dos partidos políticos em apresentar bons candidatos (numa primeira etapa), e da incapacidade do eleito de constituir um bom governo (numa segunda etapa).
(Esta é a terceira ou quarta postagem que faço sobre o assunto.)