Os
(pseudo)democratas enchem a boca para discursar sobre a importância das
eleições diretas, como ato popular inexcedível. Uma demagogia sem vergonha, que
menospreza a inteligência e o senso ético ainda existentes no citado e explorado
povo brasileiro.
O
voto, todos sabemos, nada faz mais que chancelar uma escolha feita dentro dos
partidos políticos, hoje uma das instituições com menor índice de credibilidade
no país. Depois das urnas, os eleitos se reúnem em torno das bancadas
estanques, dos próprios partidos ou do Congresso (no caso do Legislativo), bem
como dentro do Planalto, onde se encastela parte do governo (no caso do
executivo). Nos dois casos, deixa-se de ser observada a vontade do povo ao
longo de quatro anos a mais.
A
última eleição em âmbito nacional constitui a prova da tese desenvolvida acima.
O eleitor não tinha outra escolha, já polarizada entre Dilma Rousseff e Aécio
Neves. Impeachment da presidente
(nunca “presidenta”) e cassação do outro (impedida pelo corporativismo assegurado
pela maioria).
E
Michel Temer, o presidente que assumiu com ou sem “golpe”, o que fez de
coerente com a escolha popular (que o alçou a vice-presidente)?
Os
mesmos (pseudo)democráticos não reconhecem que há um abismo entre o Estado e a
sociedade civil, por conta daqueles que conduzem temporariamente a res publica.
A propósito, o Brasil está longe de ser uma república em que o cidadão comum
tenha a mesma condição democrática que o funcionário do Estado.
Para
concluir, exponho uma ideia que me perturba por sua originalidade e pessimismo:
as eleições de 2018 não resolverão os problemas políticos e econômicos dos bruzundangas.
Pensem
nisso, enquanto lhes digo até a próxima postagem.
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