quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
PERSPECTIVA FELIZ
O que passou, passou. O próprio presente passa. Tudo vira passado, memória, na iminência do devir. Por isso, 2007 se encontra pleno. O meu, então, transborda, como numa preamar de acontecimentos. No refluxo do que me esvaziava, de repente, um oceano inteiro (fazendo-me flutuar sobre a passagem para 2008). O amor é a substância que sustenta esta ponte entre um ano e outro. A partir do ponto de fuga que se configura no horizonte é possível traçar uma perspectiva feliz, um quadro extraordinário. Agora não mais a razão que me faz a travessia, e sim o coração. Este é o verdadeiro guia, um pouco precipitado na juventude, todavia, ponderado e doce depois dos quarenta. O novo ano também será literariamente bom para mim. Devo concluir a seleção e reescritura dos meus melhores textos em prosa (publicados aqui, na revista A Hora, no Letras Santiaguenses e inéditos). A intenção é publicar uma coletânea, seguindo o exemplo de escritores que começaram dessa forma. Meus novos poemas, alguns com a revelação de Eros, já são em número suficiente para outro livro. O projeto do curso de Letras da URI, Santiago do Boqueirão, seus poetas quem são?, lançará minha coletânea de poemas. Para encerrar o curso de Pós-Graduação, devo caprichar na monografia sobre a produção digital dos blogueiros em Santiago. Há muito venho alimentando o sonho de escrever uma novela, um romance. Por que não iniciar em 2008? Embora a arte imite a realidade, o passado constitui matéria-prima indispensável para a literatura. A vida é vir-a-ser, perspectiva, além do que é – a essência do ser.
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