Todas as pessoas (pertencentes ao mesmo
universo social a que pertenço) creem no que creem, ou creem no que pensam, ou
pensam no que creem, porque, com raríssimas exceções, não conhecem a História e
não conhecem o campo vasto do saber: a Filosofia (que também faz uma reflexão da História).
Sem esses conhecimentos, nenhuma dessas
pessoas consegue pensar no que pensa, um estágio da evolução cognitiva ulterior
ao da crença.
A história a que me refiro abrange um
tempo muitíssimo superior aos últimos cinco mil anos, conhecidos pelo registro
dos fatos mais ou menos ordenados numa sequência cronológica.
Por que não recorrer à Astrofísica, com
o conhecimento de que o universo em que vivemos teve um princípio entre 13 a 15
bilhões de anos Antes do Presente (AP)? Da mesma forma, por que não saber que o
Sistema Solar formou-se depois de quase dez bilhões de anos do big Bang?
Por que não recorrer à Biologia, com o
conhecimento seguro de que a vida iniciou-se no planeta Terra há mais de três bilhões de anos?
Por que não recorrer à Paleontologia,
com sua “escrita” inteligível a partir dos fósseis?
Por que não recorrer à Antropologia, com
o conhecimento de que a origem do homem ocorreu tão somente meia dúzia de
milhões de anos atrás? Da mesma forma, por que não saber que a revolução
cognitiva principiou com o homo sapiens, aproximadamente, setenta mil anos AP?
A propósito, o máximo que essa revolução
cognitiva alcançou em meus contemporâneos foi de fazer acreditar num mito, para
o qual a criação do mundo aconteceu há algumas unidades de milênios.
Essa crença no mito bíblico, todavia,
requer estatuto de verdade – uma presunção que, certamente, motivará outras
guerras futuras.
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