
POEMAS DE LILA RIPOLL
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Realidade
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Não quero olhar esta manhã
unânime na sua claridade.
Nem ver o pássaro
que se incorpora na paisagem.
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Reconheço a primavera
mas sei que ela é fictícia.
Que é impostura
seu ar de flor aberta,
com acenos à vida
e à liberdade.
ooo
Não mergulho no céu
e não aceito revoar de arcanjos.
ooo
Não quero nuvens vazias e translúcidas,
nem ventura celeste do vento e chuva construída.
ooo
Tenho o peso terrestre
sobre os ombros.
ooo
Duro.
Lacerado,
decomposto.
ooo
Que quer esta manhã
de claridade anânime?
oo
A hora é triste
e meu poema respira claridade.
ooo
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Canção de agora
ooo
Ontem meu peito chorava.
Hoje, não.
Também cansa a desventura.
Também o sol gasta o chão.
ooo
Estava ontem sozinha,
tendo a meu lado,
sombria,
minha própria companhia.
Hoje, não.
ooo
Morreu de tanto morrer
a pena que em mim vivia.
Morreu de tanto esperar.
Eu não.
ooo
Relógios do tempo andaram
marcando o tempo em meu rosto.
A vida perdeu seu tempo.
Eu não.
oo
Também cansa a desventura.
Também o sol gasta o chão.
oo
Extraído do livro História da Literatura Brasileira - Da carta de Pero Vaz de Caminha à contemporaneidade, de Carlos Nejar. Ganhei essa obra autografada pelo poeta em novembro de 2007: Para o poeta Froilam Oliveira com o abraço pampeano e amigo de Carlos Nejar.
2 comentários:
Depois de Tanto tempo... Voltei a postar. E começei bem.
Dá um olhada, deixa teu recado. Alias, vou começar a retomar as leituras dos Blogs! Beijos Froilam! Estou com teu livro, já terminei e amei muito!
Adeuss!
Oi!!! Obrigada pelo carinho que tens pelas minhas postagens, sempre gostei de falar sobre sentimentos, coisas que me incomodam e com o blog, encontrei uma maneira de expressar isso sem medo ou vergonha do que estou sentindo. Comecei também a postar mais seguido, tava meia desleixada hehehe. Um grande abraço...
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