Após ataques terroristas neste século,
adeptos moderados do islamismo saem em defesa de suas crenças, negando qualquer
imputação de culpa ao Corão. Geralmente, como estrangeiros no Ocidente, eles
juram que a religião criada por Maomé é da paz, malgrado o exemplo contrário
dado pelo próprio profeta em vida e os 164 versículos jihadistas do livro.
Os autores dos atentados são homens de
fé. Isso é inegável. Eles desejam ardentemente alcançar a condição de mártires
da causa (mais religiosa que política). Seus “atos heroicos”, matar civis
inocentes de culturas mais evoluídas moralmente, franqueiam-lhes o acesso
direto para o céu, ao lado de Alá. No paraíso, terão o direito especial de
convidar outras pessoas para fazer-lhes companhia.
O ódio contra o
“imperialismo” experimenta seu próprio veneno nestes dias, numa demonstração
indisfarçável de sua malignidade excedente. Sunitas e xiitas passam a matar
entre si (agora por uma causa mais política que religiosa). Não se trata tanto
de impor qual a linhagem verdadeira do Profeta, mas de assegurar o que resta do
grande império muçulmano. Em torno dos últimos espólios, a violência é
institucionalizada.
Os atores, o tempo e o cenário são
outros, mas a história se repete. Sunitas e xiitas, século XXI, Oriente Médio.
Católicos e protestantes, século XVI, Europa. O enredo se assemelha: uma guerra
entre “irmãos”, que professam o mesmo deus. Os ocidentais cristãos já a vivenciaram,
com algumas feridas ainda mal cicatrizadas, por isso a impressão etnocêntrica sobre os outros (além do Mediterrâneo).
Mesmo que os moderados defendam o
contrário, o segmento fundamentalista do Islã ainda acredita e atua como se o paraíso
ficasse “à sombra da espada”.
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