O judaísmo sempre
foi limitado por um deus exclusivo, paroquialista. Paulo de Tarso, ao
contrário, empreendeu viagens missionárias, buscando a universalidade de sua
seita cristã. Para a evangelização do mundo, ele contava com a figura superdimensionada
de Jesus ressuscitado. Ao subir para a Turquia, passando pela Grécia e chegar a
Roma, o articulador do cristianismo desenhou a espinha dorsal de nossa
civilização.
Não podendo se
dividir em dois, Paulo optou pelo caminho do norte (e oeste), onde o poder
político já se consolidara com o Império Romano. O sul, desértico, ficava
abandonado a má sorte dos descendentes de Ismael (o filho bastardo de Abraão).
A mil e duzentos quilômetros de Jerusalém, nasceu outra religião, cujo princípio
fundamental também era a universalização. Sem demora, o islamismo bateria à
porta da Europa (pelo outro lado).
Desde então, as
duas religiões, que foram necessárias para a coesão social de um número até
então não alcançado de mamíferos humanos, entraram em conflito. Em razão de
dogmas inconciliáveis da religião única (uma característica monoteísta),
cristianismo e islamismo cessaram de crescer, incapazes de evitar os próprios
cismas, as próprias guerras internas.
O mundo
futuro será secular, ou não existirá. Exceção para os judeus, que continuarão
fiéis a Jeová, o deus exclusivo e paroquialista do Velho Testamento (que a
diáspora serviu para fortificá-lo ainda mais). Essa condição, todavia, não os
salvará da linha de choque entre as duas civilizações decadentes.
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