Um
ano vai, outro ano vem.
Um retrospecto.
Uma expectativa.
O ano vivido foi bom,
para ser lembrado. O ano vivido foi ruim, para ser esquecido.
Reducionismo
puro.
Leniência.
Injustiça.
O ano a viver será maravilhoso. A esperança é
exagerada, é tudo.
Ao longo dos primeiros meses, todavia, ela vai perdendo sua
força delusória.
A realidade volta a determinar a vida de cada um de nós. Boa
ou ruim.
Nessas alturas, é tarde para reconsiderar 2015 e é cedo para alimentar
novos desejos para 2017.
Não há outra maneira de viver melhor, senão admitindo
2016. Tal como é.
Essa aceitação afetiva, que Nietzsche denominou de amor fati, traz implícita a
possibilidade de ser quebrado o ciclo imposto de fora, pelas passagens de ano
(por exemplo).
As coisas não mudam porque assim indica a numerologia, o
horóscopo, a divindade e outras ficções.
O calendário não passa de uma ordem
imaginada.
O tempo é um continuum
absoluto, cujo contato com as nossas experiências é o presente, agora.
É, não foi, não será.
O segredo para a
felicidade (tão mutuamente desejada em torno do Ano-Novo), consiste na
compreensão desse ponto.
A máquina
dos desejos compara-se, grosso modo, com uma casa da moeda que emite milhões em
cédulas sem o lastro correspondente.
O ouro está dentro de nossos corações e
mentes. Ou não está.
O ano pouco interessa. O dia de hoje sim.
Uma certeza.
O ano pouco interessa. O dia de hoje sim.
Uma certeza.
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