terça-feira, 25 de março de 2008

POLÍTICA, DISCURSO, TV E QUEJANDO

Na intenção de preencher as noites de segunda-feira, passei a freqüentar a Câmara de Vereadores de Santiago, onde assisto à sessão ordinária e reencontro velhos conhecidos. Ontem, enquanto ouvia os oradores, pensava na enorme diferença de poder que há entre o executivo e o legislativo. Caso fosse possível um percentual de participação no governo, arriscaria 99% para o primeiro e o restante para o segundo. Quanto ao poder judiciário, desconheço qual seria o número correspondente no âmbito municipal.
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Ao retornar para casa, conectei meu televisor na TV Senado (um dos poucos canais ainda não atingido pela idiotice), onde discursava o senador Cristovam Buarque. Em seu discurso sobre a dengue, o político transformou a doença numa metáfora para a situação do país, incluindo doenças seculares (febre amarela e tuberculose), a desigualdade social, o trânsito caótico, a violência, a ameaça à democracia. Em sua (auto)crítica ao Senado, Cristovam Buarque falou da impotência da instituição legislativa diante do poder que exerce o presidente e seus ministros.
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A posteriori, a reflexão que fizera na Câmara de Vereadores encontrou um argumento de autoridade que me obrigou a editar esta postagem.
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Respeitadas as proporções, Cristovam Buarque tem seu semelhante no legislativo santiaguense: Nélson Abreu. São os melhores oradores.
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Também ontem, perguntava-me sobre qual tema escrever para a próxima edição do Expresso. Certa pessoa me sugeriu que criticasse a idiotice na televisão brasileira. Dos 32 canais conectados pela antena parabólica, dois ou três se salvam (desculpe o trocadilho numérico). Lendo a coluna do Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo de hoje, destaco o seguinte:
“Eu adoro paradoxos. Às vezes, eles são óbvios. Não importa. Por exemplo, tem o paradoxo da TV. Está definido pelos maiores especialistas e pelo público: ou a televisão é idiota ou é chata. Não existe outra possibilidade... Até hoje, segundo eles, não se inventou um programa capaz de ser, ao mesmo tempo, inteligente e interessante...”. Discordo de Juremir neste ponto: ter incluído o público, uma vez que o próprio telespectador é (v)idiota, sem condiões de tal avaliação. À exceção de alguns programas da Globo, da TV Senado e TV Escola, pouco mais escapa à classificação de idiotice ou chatura.
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Receoso de melindrar o leitor que não desgruda da tv, escrevi sobre outro assunto: o câncer do planeta (ler abaixo).

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