A nossa civilização ainda
sofre a influência racional da filosofia grega e da irracional moralidade
judaico-cristã. A fusão desses ADNs culturais gerou um ser teratológico, que
avança racionalmente no domínio da realidade e continua preso irracionalmente à
mítica do Velho e do Novo Testamento. Um dos aleijões morais desse ser (homem)
é seu desprezo pelo feminino, cuja prova é a própria sociedade falocêntrica,
machista. Os discursos com que ele se cercou para exercer seu domínio foram internalizados pela mulher desde antanho. Já no século XXI, ela aceita esta
condescendência, este óbolo, esta migalha dada com falsa solenidade: um dia
consagrado à mulher, um dia apenas.
(Prova da internalização do
machismo é facilmente observada em mulheres da sociedade santiaguense, por
exemplo, as quais sabem serem traídas pelos seus maridos e os aceitam
passivamente.)
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