quarta-feira, 8 de março de 2017

ÓBOLO MACHISTA

A nossa civilização ainda sofre a influência racional da filosofia grega e da irracional moralidade judaico-cristã. A fusão desses ADNs culturais gerou um ser teratológico, que avança racionalmente no domínio da realidade e continua preso irracionalmente à mítica do Velho e do Novo Testamento. Um dos aleijões morais desse ser (homem) é seu desprezo pelo feminino, cuja prova é a própria sociedade falocêntrica, machista. Os discursos com que ele se cercou para exercer seu domínio foram internalizados pela mulher desde antanho. Já no século XXI, ela aceita esta condescendência, este óbolo, esta migalha dada com falsa solenidade: um dia consagrado à mulher, um dia apenas.
(Prova da internalização do machismo é facilmente observada em mulheres da sociedade santiaguense, por exemplo, as quais sabem serem traídas pelos seus maridos e os aceitam passivamente.)

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