Diferente
de Zaratustra (de Nietzsche), que desceu da montanha para ir ao encontro dos
homens carentes de sabedoria, deixo a cidade e me refugio no campo – onde o
canto dos pássaros contraponteia o silêncio destas manhãs azuis.
Por longos
anos a observar a realidade de centros urbano (Porto Alegre, Rio de Janeiro,
Curitiba, Santiago, entre outros), constatei, com certa tristeza, que os homens
não necessitam de saber para levar a vida que escolheram para si próprios. Da
forma como a vivem, bastam-lhes as pulsões, os desejos e as crenças. As pulsões
não os diferenciam dos outros animais (irmãos de ADN). As crenças os tornam
vulneráveis à ilusão de uma vida além da morte. Os desejos os prendem, todavia,
a esta vida, ao desfrute dos bens terrenos, à vaidade e ao consumismo.
A razão não
se desenvolveu suficientemente para o controle das forças instintuais e
concupiscentes. A propósito, essa incapacidade se revela inclusive na maneira
de pensar da maioria dos homens, ainda dependente de emoção.
O sol que subia à
caverna do sábio nietzschiano me ilumina na mesma janela, por intermédio da
qual o contemplava nos primeiros momentos do dia.
Não vim para acrescentar algo
ao que já sei, senão para esvaziar a taça com esse mel que as abelhas não fazem
(rejeitado por aqueles que se diziam meus próximos, no entanto).
Nenhum comentário:
Postar um comentário