segunda-feira, 6 de junho de 2016

J.J. ROUSSEAU

Rousseau enfatizava a importância da assembleia popular como instituição política. A sociedade civil não existiria sem ela. A única condição pensada pelo filósofo para sua efetivação democrática é que suas decisões deveriam seguir a VONTADE GERAL, e não, necessariamente, a vontade de todos.
Qual a diferença entre vontade geral e vontade de todos?
A diferença está ligada ao bom-senso universal, que caracteriza a vontade geral. Todos sabem, por exemplo, que as crianças têm de ser protegidas contra qualquer forma de violência. Isso é vontade geral. 
Um indivíduo acusado de estuprar uma criança, antes de se confirmar seu crime, será condenado pela vontade de todos. Mas não pela vontade geral, que se manifesta com a confirmação. 
Nesse caso, vontade geral é sinônimo de justiça. Não a vontade de todos.
Penso na forma eleitoral de escolha de nossos governantes. Nunca há vontade geral, apenas a vontade da maioria. Maioria simples, diga-se de passagem. Cinquenta milhões de eleitores votam em A, e quarenta e nove, em B. 
A nossa democracia representativa é baseada na vontade da maioria, que muitas vezes não significa o bom senso, mas uma tirania disfarçada. 
Rousseau, pensando nisso, afirmou que o povo inglês só era livre e soberano durante as eleições, mas voltava à escravidão depois delas, "já que com elas entrega a soberania aos deputados".

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