O impeachment
da presidente beneficiará o Partido dos Trabalhadores, na medida em que o salva
da queda com mais dois anos de duração pela frente.
Fiz essa mesma análise em 2014, às vésperas
da reeleição de Dilma Rousseff, pensando que a vitória seria, paradoxalmente,
uma derrota (que se confirma agora).
Na hipótese de Aécio Neves ter vencido o
pleito, o PT estaria na oposição – preparando-se para retornar com tudo em
2018. Os efeitos da crise recairiam sobre o governo presente, e poucos
brasileiros aceitariam a causa como desculpa.
Um amigo jornalista me fez ver o outro lado:
a reeleição era parte do projeto petista de se manter no poder. O impeachment, segundo sua opinião,
acabaria com esse sonho arrivista, porque o apartaria do controle da máquina estatal
como das outras vezes. No ano da futura eleição, o governo abriria os cofres
fechados por força da própria economia.
Quase me deixei influenciar por esse
consenso, entendendo que o impeachment
é bom para o país – como uma luz determinando o final do túnel. A maioria dos
cidadãos, bem representada na Câmara dos Deputados, pensa dessa forma.
Ao desenvolver um espírito crítico
(filosófico), tornei-me pessimista acima da média. O governo a ser constituído,
com Michel Temer à frente, não debelará a crise até 2018. A luz no final do
túnel não passa de uma impressão ótica transposta do ponto de luz que
persiste ao se olhar para trás.
O bom para o PT, diga-se de passagem, não é
bom para o país, ainda mais com a “jararaca” solta, rastejando pelos corredores
do Planalto.
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