quinta-feira, 22 de abril de 2021

CRÔNICA DA ILHA DO MEL

Uma ilha tem o inconveniente de estar isolada por água, pensa o senso comum do continente.

Esse pensamento me ocorreu ao ver uma ilha distante a primeira vez - com olhos de um interiorano.

O ilhéu, por sua vez, pode ter o mesmo ponto de vista, de se sentir isolado, sempre a depender de uma embarcação para sair da ilha, ao encontro da cidade grande (com suas benesses exclusivas). As dificuldades impostas pelo isolamento, não raro, justificam vontade e esforço no sentido de mudar da ilha.

Entretanto, há outra possibilidade, que é do domínio do insular, o isolamento, de sentir-se bem na sua ilha.

Na terceira vez que venho à Ilha do Mel, conheço quem não mais deseja voltar ao continente. Ele é feliz aqui, malgrado o modo de existência mais simples.

Ante a extensão de água (em torno de 4,5 km), que separa Ilha do Mel e Pontal do Sul, concluo pela variável em favor do ilhéu. Nesta terceira visita à ilha, percebo o quanto a vida aqui pode ser melhor.

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