quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

AS DUAS FACES DO MITO


A sustentabilidade é um mito de transição da modernidade para um período historial ainda não definido. Ele apresenta duas faces (diferente de Jano): uma que sorri; e outra que chora. Noutras palavras, salvação e tragédia.
Por que esse mito se sobressai nos últimos anos?
Pessoas acreditam nele, embora se dividam, repito, entre otimistas e pessimistas.
Em comum com os mitos antigos, medievais e modernos, o da sustentabilidade consiste numa narrativa que tenta explicar a contradição vivida pela sociedade: consumismo versus preservação ambiental. Ação pulsional versus idealismo.
A desmitificação virá com demora, já transfigurada na nêmesis do triunfo provisório sobre a natureza: a insustentabilidade.
Por que “triunfo provisório”?
O agente humano terá solução de continuidade. Sob o sol ou sobre o gelo, ele deixará de agir contra o meio ambiente. Do subsolo à atmosfera, do prado à floresta, do córrego ao oceano, o planeta há de se recuperar dos danos antropocêntricos.
Antes que a face sorridente do mito desapareça (às sombras imponderáveis do ocaso), a razão deverá atuar no feito da sustentabilidade real.

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