segunda-feira, 27 de novembro de 2017

POLUIÇÃO AUDITIVA

Ultimamente, pessoas bem intencionadas protestam contra templos cristãos bem intencionados, que oram e cantam em volume muito alto.
A boa intenção dos reclamantes é o silêncio, algo cada vez mais escasso no cenário urbano. A boa intenção dos evangélicos (pastores e fiéis) é de “arrebanhar” mais seguidores para sua igreja. Não cabe aqui chamá-los de hipócritas (ignorantes do que o mestre ensina em Mateus 6.5-7, sobre a maneira correta de orar a Deus). A propósito, se Deus é onipotente, onipresente e onisciente, por que aqueles que creem nesses atributos divinos se reúnem em algum lugar (ou para pedir, ou para agradecer a ele)?
No confronto das boas intenções acima expostas, caso me fosse dado prerrogativas de juiz, decidiria pelo seguinte: toda pregação e cantoria não podem transpor os limites físicos do templo (que deverá ter isolamento acústico, à maneira dos clubes sociais).
Malgrado a impossibilidade do silêncio absoluto, toda emissão de som necessita de controle, sob pena de ocorrer o contrário: o incômodo auditivo, a poluição. 

terça-feira, 21 de novembro de 2017

ELEIÇÕES DE 2018

Os (pseudo)democratas enchem a boca para discursar sobre a importância das eleições diretas, como ato popular inexcedível. Uma demagogia sem vergonha, que menospreza a inteligência e o senso ético ainda existentes no citado e explorado povo brasileiro.
O voto, todos sabemos, nada faz mais que chancelar uma escolha feita dentro dos partidos políticos, hoje uma das instituições com menor índice de credibilidade no país. Depois das urnas, os eleitos se reúnem em torno das bancadas estanques, dos próprios partidos ou do Congresso (no caso do Legislativo), bem como dentro do Planalto, onde se encastela parte do governo (no caso do executivo). Nos dois casos, deixa-se de ser observada a vontade do povo ao longo de quatro anos a mais.
A última eleição em âmbito nacional constitui a prova da tese desenvolvida acima. O eleitor não tinha outra escolha, já polarizada entre Dilma Rousseff e Aécio Neves. Impeachment da presidente (nunca “presidenta”) e cassação do outro (impedida pelo corporativismo assegurado pela maioria).
E Michel Temer, o presidente que assumiu com ou sem “golpe”, o que fez de coerente com a escolha popular (que o alçou a vice-presidente)?
Os mesmos (pseudo)democráticos não reconhecem que há um abismo entre o Estado e a sociedade civil, por conta daqueles que conduzem temporariamente a res publica. A propósito, o Brasil está longe de ser uma república em que o cidadão comum tenha a mesma condição democrática que o funcionário do Estado.
Para concluir, exponho uma ideia que me perturba por sua originalidade e pessimismo: as eleições de 2018 não resolverão os problemas políticos e econômicos dos bruzundangas.
Pensem nisso, enquanto lhes digo até a próxima postagem.