segunda-feira, 31 de julho de 2017

A OBRA

Buenos Aires é uma obra extraordinária do artifício humano, construída entre as águas do Rio da Prata e as planuras naturais do continente sul-americano.
Para realizá-la, seus autores se esmeraram no desenho e na execução do projeto urbanístico. A arquitetura trazida da Europa modelou a grandeza e a excentricidade da aristocracia que governava a Argentina.
A essas duas características, associava-se a permanência no espaço-tempo, herdada dos clássicos pela modernidade (que Zigmunt Bauman chamaria de “sólida”).
A obra continua em pé, despertando a atenção do turista, que vem de todos os lugares do planeta. O século XXI, todavia, coloca-a frente a um desafio ameaçador, qual seja, resistir à “liquefação” pós-moderna.
O fenômeno transformador já chegou por intermédio da urbanização caótica (Puerto Madero de um lado, a favela de outro);  das culturas novas, globalizadas; dos governos populistas, igualitários...
Nada é para sempre, inclusive as Pirâmides (e os mausoléus do cemitério da Recoleta). 

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