domingo, 13 de dezembro de 2015

LIVROS SAGRADOS


Todos os livros sagrados são, ao mesmo tempo, fonte propagadora de mitos e objeto material mitificado. Noutras palavras, constituem-se na prova única de realidades que estabelecem como factuais.

Eles foram transformados em totem pelo homem já civilizado, especialmente o homo religiosus. Para isso, alguns aspectos totêmicos primordiais continuam presentes, o que os distingue dos outros livros.

A Bíblia narra sobre a “árvore da vida”, plantada no meio do Jardim do Éden. O totem para Adão, que não resistiu à tentação de violá-lo. Na cabeça de O livro dos espíritos, foi colocada a cepa de vinha, desenhada pelos próprios espíritos que ditaram a doutrina a Allan Kardec.

Fora do mundo ocidental, no Bhagavad-Gita, por exemplo, o deus Krsna dita a Arjuna: “Existe uma figueira-de-bengala que tem as raízes para cima e seus galhos para baixo… A pessoa que conhece essa árvore é o conhecedor dos Vedas” (Capítulo Quinze, primeiro verso).

Essas metáforas vegetais advêm do espírito do homem (que produz o livro) – como déjà-vu ou reminiscência da era totêmica. A árvore (de acordo com Sigmund Freud) era um dos totens recorrentes. 

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