segunda-feira, 30 de novembro de 2015

HOMO PRIMATA

A maioria das pessoas que conheço considera o homem bastante distinto dos demais seres vivos a habitar Gaia. Um caso único, muito especial, extraordinário.
Mais de 90% dessa maioria têm uma resposta (e creem nela de uma forma inabalável): Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, de acordo com o mito criacionista (judaico-cristão). Outros repercutem ideias da ufologia e da ficção científica: somos filhos do espaço, criaturas gestadas, como elucubra Zecharia Sitchin, a partir do óvulo de uma fêmea homo erectus e do espermatozoide de nefilim, habitante de um planeta que orbitaria pelo Sistema Solar a cada 3.600 anos. 
Ideias extravagantes como essa não faltam para explicar a origem do homo sapiens.
Apenas uma minoria, por intuição ou conhecimento do processo evolutivo da vida na Terra, percebe o homem como partícipe desse processo. Com o avanço da biologia, especialmente da genética, não há mais como negar que a espécie humana descende do gênero homo e da ordem primata. Homem e chimpanzé compartilham 98,4% do mesmo DNA (segundo O terceiro chimpanzé: a evolução e o futuro do ser humano, de Jared Diamond.) Isso significa que as duas espécies tiveram um ancestral comum no passado, entre 6 e 7 milhões de anos AP.
O que impede o criacionista de compreender a verdade sobre nossa evolução? A crença no mito judaico-cristão? O preconceito antropocêntrico? A superestimação especista? 
Alguma coisa é, diferente da ignorância pura e simples.

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