quarta-feira, 17 de junho de 2015

POLÍTICA E RELIGIÃO

JÁ ESCREVI SOBRE a superestimação da política, sobre a superestimação de que gozam os políticos. 
Isso é um mal. 
Antes de responder por que é um mal, respondo por que há a superestimação. Ela decorre da perspectiva do cidadão comum, que nunca será um jogador de futebol, um ator  global, um literato, um filósofo... No fundo, ele se identifica com o político, com um conhecido seu que, por insistência, elegeu-se vereador, deputado, prefeito etc. Ele vislumbra a possibilidade de também seguir a carreira de seu amigo, a qual não exige conhecimento, grau acadêmico, senão muita esperteza. O único processo a que ele é obrigado a se submeter consiste em colocar seu nome para concorrer (por um partido qualquer). 
A maioria dos postulantes fracassa nessa intenção de sair do anonimato para se tornar uma celebridade (ganhando muito dinheiro do órgão empregador, a União, o Estado, o município...). Apenas a minoria consegue se eleger, sair do inferno do anonimato para o paraíso do reconhecimento. 
Via de regra, aqueles que conseguem certa projeção midiática, aproveitam-se dela para galgar o degrau da política. 
Outra profissão que catapulta o indivíduo ambicioso, que se vê obliterado pelo anonimato, constitui a carreira de pastor evangélico. Uma das condições exigidas para se tornar político (admirado onde chega) ou pastor evangélico (ouvido nos templos), consiste em mentir muito bem, em ser persuasivo na mentira. O político mente que "trabalha" em prol dos necessitados; o pastor mente em nome de Jesus Cristo. O cidadão comum acredita nos dois, na medida em que ele vê uma possibilidade de também se tornar um deles, de sair do meio da assistência para a ribalta.
Por que é um mal?
A mentira ainda não deixou de ser um mal.  

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