segunda-feira, 20 de abril de 2015

MERCADO, PARADIGMA...

A sobrevivência do mais apto - princípio que Darwin denominava de seleção natural - também é válido para os negócios. A empresa só se mantém viva com o lucro, o excedente financeiro obtido entre receita e despesa.
Em Santiago, o melhor negócio continua sendo o comércio de automóvel (a despeito de uma queda significativa neste primeiro semestre). Notadamente, o setor automobilístico é mais lucrativo que o serviço religioso e a indústria moveleira. 
Há alguns anos, num determinado endereço da rua Benjamin Constant, funcionou uma loja de móveis (novos e usados). Após fechar suas portas, por motivos óbvios, instalou-se uma dessas igrejas evangélicas, que vicejam em todo país com rótulos apenas diferenciados pela combinação das palavras "Deus", "Jesus", "Cristo", "amor", "graça", "irmãos" etc. 
Por um tempo demasiado longo para a pós-modernidade líquida, a igreja se manteve com um número baixo de fiéis - prova tardia de que o mercado religioso se encontra saturado em nossa cidade. Os cultos não mais se realizaram, e o templo provisório fechou suas portas. As instalações passaram por uma reforma e, na última semana, abriu-se uma nova loja de automóveis.
O exemplo acima ilustra o choque de dois grandes paradigmas vividos pela sociedade ocidental: a religiosidade (representada pelo cristianismo medievo) e a secularização (representada pelo consumismo pós-moderno). Entre um (mar) e outro (rochedo), a razão (marisco) não consegue impor seu paradigma tão propalado ao longo da modernidade. 

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