terça-feira, 25 de março de 2014

A HISTÓRIA NÃO SE REPETE

A história não se repete, os fatos é que se assemelham por suas causas, tramas ou desfechos reais. 
Dois exemplos recentíssimos passam a impressão de que algo vivido no passado volta à berlinda (principalmente como gerador de crises): a anexação da Crimeia pela Rússia e a condenação à morte, no Egito, de 529 integrantes da Irmandade Muçulmana. 
Definidas as fronteiras geopolíticas após a debacle soviética, tudo indicava que o posto mais avançado de nossa civilização (a Europa) havia se imunizado contra o nacionalismo - essa doença que ensanguentara o século XX. Todavia, extemporaneamente, a Rússia invade a Ucrânia e toma a Crimeia, anexando-a ao seu território.  Como uma das possíveis consequências dessa anexação, os tártaros (já deportados uma vez por Stálin) sofrerão a pressão de Moscou - numa imitação menos conflituosa dos problemas étnicos que também caracterizaram as últimas guerras no continente europeu. 
Em relação ao segundo exemplo, o problema político no Egito parece encobrir um aspecto religioso. A condenação à morte de 529 cidadãos da Irmandade Muçulmana denuncia o "efeito halo" que passa a marcar a cultura ocidental, num processo irreversível de laicização, de democratização. O fundamentalismo islâmico constitui uma ameaça a esse processo, como foi o cristianismo primitivo para o Império Romano, o protestantismo para a Igreja Católica, o judaísmo para o Terceiro Reich.
Tanto a Rússia quanto o Egito, por intermédio de seus governos, acabam de gerar fatos que lembram, respectivamente, o expansionismo belicoso e a perseguição por motivos religiosos de outros tempos.
Mais que não se repetir, a história, contrariamente ao que pensaram GWF Hegel e Francis Fukuyama, não chegará ao fim. Pelo menos enquanto sobreviver o homem - seu protagonista indispensável.

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