segunda-feira, 31 de março de 2014

DISPARIDADE ABSURDA

Por que uma garrafinha de água (500 ml) custa 0,99 no supermercado e 2,25 na loja de conveniência? 

SEGUNDA-FEIRA SEM OPÇÃO

Todos os santiaguenses sabem quais são os principais restaurantes e churrascarias da cidade: Restaurante do Mário, Churrascaria Gaúcha, Churrascaria Batista, Agridoce, Silvius Restaurante, Ponto X, Café Beer... Da mesma forma, sabem onde se localizam. Mas (sempre há um "mas"!) uma minoria sabe quais deles abrem segunda-feira, à noite.
Não podemos pensar em turismo, tampouco em desenvolvimento sem infraestrutura logística (ao contrário do que pensam os votantes das demandas oferecidas pelo Sistema Estadual de Participação Popular e Cidadã). Da mesma forma, não podemos comemorar um aniversário na segunda-feira, reunindo as pessoas amigas.  

quinta-feira, 27 de março de 2014

DESCOBERTA OU CONSTATAÇÃO(?)

Por um longo tempo, observando a realidade no que concerne à telefonia móvel, chego à conclusão que o celular constitui a prova incontestável de uma moral até então impedida pela religião, pela lei, pelo modus vivendi social, pela consciência da alteridade: a do individualismo radical.  
Todo indivíduo, independentemente de idade e condição financeira, possui um aparelho celular. De uma hora para outra, criou-se a imperiosa necessidade de usá-lo. (Os telefone fixos caíram em desuso, e os "orelhões" foram arrancados da paisagem urbana.)
A regra do celular é esta: todo mundo liga ou tenta ligar, mas nem todos atendem. Tal percentagem de não atendimento aumenta dia após dia. A principal razão para que isso ocorra não se deve à falta de tempo de quem é o destinatário da ligação, mas à sua conveniência. Um exemplo muito claro (ou muito vivo) de ligação inconveniente: feita do trabalho para quem se encontra de folga. Este dificilmente irá atender. 
A relação de inconveniências é cada maior, diretamente proporcional à livre expressão do individualismo, à libertação do Eu. 


quarta-feira, 26 de março de 2014

DIÁLOGO DE PLATÃO

No início do diálogo Menon, o personagem Sócrates tem a seguinte conversa com o discípulo Menon:
M - Sócrates, você sabe me dizer se a virtude pode ser ensinada? Ou não ensinada, mas praticada? Mas se ela não puder ser praticada nem aprendida, será então que ela vem naturalmente ao homem ou de outra maneira qualquer?

S - Durante muito tempo, vocês, homens da Tessália, foram famosos e admirados entre os gregos pela riqueza e pela arte de cavalgar; agora, porém, ao que parece, também o são pela sabedoria. Vocês devem isso à chegada de GÓRGIAS, que deixou todos apaixonados pelos seu saber [...]. Aqui, porém, meu caro Menon, deu-se precisamente o contrário. A sabedoria anda passando por um período de estiagem: parece até que ela abandonou Atenas para ir morar na Tessália. Estrangeiro, não só não sei se a virtude pode ser ensinada, como estou longe de saber o que ela é! Como posso saber como é, o que eu não sei o que é? [...]

M - Não, certamente. Mas, Sócrates, você já disse tudo? É isso que devo dizer aos meus concidadãos: "Sócrates não sabe o que é a virtude"?

S - Não apenas isso, meu amigo, mas também que Sócrates nunca encontrou quem o soubesse

Dois milênios e pouco mais tarde, Sócrates pensaria isto ao dar a resposta: "Pra cima de mim, moleque!". 

terça-feira, 25 de março de 2014

A HISTÓRIA NÃO SE REPETE

A história não se repete, os fatos é que se assemelham por suas causas, tramas ou desfechos reais. 
Dois exemplos recentíssimos passam a impressão de que algo vivido no passado volta à berlinda (principalmente como gerador de crises): a anexação da Crimeia pela Rússia e a condenação à morte, no Egito, de 529 integrantes da Irmandade Muçulmana. 
Definidas as fronteiras geopolíticas após a debacle soviética, tudo indicava que o posto mais avançado de nossa civilização (a Europa) havia se imunizado contra o nacionalismo - essa doença que ensanguentara o século XX. Todavia, extemporaneamente, a Rússia invade a Ucrânia e toma a Crimeia, anexando-a ao seu território.  Como uma das possíveis consequências dessa anexação, os tártaros (já deportados uma vez por Stálin) sofrerão a pressão de Moscou - numa imitação menos conflituosa dos problemas étnicos que também caracterizaram as últimas guerras no continente europeu. 
Em relação ao segundo exemplo, o problema político no Egito parece encobrir um aspecto religioso. A condenação à morte de 529 cidadãos da Irmandade Muçulmana denuncia o "efeito halo" que passa a marcar a cultura ocidental, num processo irreversível de laicização, de democratização. O fundamentalismo islâmico constitui uma ameaça a esse processo, como foi o cristianismo primitivo para o Império Romano, o protestantismo para a Igreja Católica, o judaísmo para o Terceiro Reich.
Tanto a Rússia quanto o Egito, por intermédio de seus governos, acabam de gerar fatos que lembram, respectivamente, o expansionismo belicoso e a perseguição por motivos religiosos de outros tempos.
Mais que não se repetir, a história, contrariamente ao que pensaram GWF Hegel e Francis Fukuyama, não chegará ao fim. Pelo menos enquanto sobreviver o homem - seu protagonista indispensável.

domingo, 23 de março de 2014

O DEGAS SABE

Hoje o EDITORIAL do Zero Hora, Ensinando sem saber, trata de uma carência de professores de certas matérias no Ensino Médio. O problema posto pelo jornal diz respeito aos professores que lecionam algumas disciplinas sem formação específica na área. O editor cita o exemplo de aulas de química, física e sociologia (entre outras) que "estão sendo ministradas por docentes que pouco sabem sobre as respectivas matérias". 
No dia 17 de setembro de 2007, publiquei neste blog a seguinte postagem:
ENSINO DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA
Uma das conversas entre os blogueiros no encontro de ontem foi a obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia no ensino médio e a falta de professores com cursos superiores nessas disciplinas. A proposta do Conselho Nacional de Educação (CNE) visa desenvolver nos alunos seu espírito crítico - uma grande idealização que poderá fracassar em seus objetivos. Entre as razões para essa perspectiva, posso citar a vacuidade acima expressa. A demanda de professores formados em Filosofia e Sociologia não será atendida tão cedo pelas universidades (que, por sua vez, não dispõem de um quadro docente capacitado nas ciências humanísticas). A improvisação de professores para atender esse acréscimo curricular se somará à quase inexistência de bibliografia adequada ao ensino médio. Sem menosprezar os licenciados em Pedagogia, por exemplo, duvido que sejam capazes de orientar conhecimentos que exigem muita leitura, não apenas da história da Filosofia, mas também dos pensadores que a conduziram desde as colônias gregas, na Ásia Menor, há 26 séculos, ao mundo virtual contemporâneo. Da mesma forma, com relação à Sociologia. Corre-se o risco de desenvolver uma profunda ojeriza no alunado, muito mais propenso, ou à objetividade, ou à alienação (de raízes históricas). É risível o otimismo de certas autoridades que pensam ter descoberto a pedra filosofal da educação brasileira. Uma delas assim se expressa: "Agora, o jovem vai entender o seu papel na história e saber que ele pode ser um agente transformador na sociedade". Tal superestimação caracteriza a tendência idealizadora de nossos homens públicos, que pensam ser extremamente fácil lançar pontes entre o ideal e a realidade. Nossa conversa no encontro dos blogueiros não enveredou tanto para essas questões, uma vez que assuntos mais instigantes entraram na pauta. 
Vi o problema com uma antecedência de seis anos e meio.

sábado, 22 de março de 2014

A TENTAÇÃO DO CRISTIANISMO




O critério mais acertado para a compra de um livro é seu autor. A princípio, por indicação de outro leitor, revista, filme, blog etc. Essa sugestão inicial se dá, na maioria das vezes, fundamentada no título. Outras vezes, no gênero textual: romance, novela, conto, crônica, ensaio, poema... A partir daí, o autor do livro passa a ser o referencial mais confiável. 
Em minha vida de leitor, isso foi o que me ocorreu com o livro Cem anos de solidão, de García Márquez. Gostei tanto desse romance, que o título passou a não me interessar mais, desde que o livro fosse produzido pela verve extraordinária do escritor colombiano. A novela Memoria de mis putas tristes, por exemplo, comprei antes de sair no Brasil (tamanha era vontade de ter a obra). 
Concomitantemente, tal foi o critério para ler J. L. Borges, F. Nietzsche, Erich Fromm, Krishnamurti, Carlos Nejar, Milan Kundera, Richard Dawkins, William Faulkner, Clement Rosset, entre outros. 
O último autor que me chama a atenção é o filósofo francês Luc Ferry. O primeiro livro que li dele foi O que é uma vida bem-sucedida?. Em seguida, veio O homem-deus, que estou relendo. Ontem me chegaram mais dois: A tentação do Cristianismo e Depois da religião (cujas capas são acima ilustradas).


quinta-feira, 20 de março de 2014

A TELEVISÃO

A televisão rouba nosso tempo.

quarta-feira, 19 de março de 2014

LAICIZAÇÃO DA SOCIEDADE

O processo de laicização por que passa nossa sociedade é mais profundo e mais amplo do que pode suspeitar as autoridades católicas.
O novo papa Francisco, com todo o entusiasmo que sua figura possa suscitar no Ocidente, representa um pequeno retardo no avanço da laicidade.
Os dogmas cristãos (isto é, católicos) são desmistificados a cada dia que passa, concomitantemente com o abandono dos rituais (desde sempre engessados pela tradição religiosa). 
Entre os ritos não mais respeitados está a Quaresma, os quarenta dias que serviam de preparação para o Ciclo Pascal. À exceção do Enterro dos Ossos, não havia bailes  entre Quarta-Feira de Cinzas e a Sexta-Feira Santa. Nos últimos anos, o carnaval continua Quaresma adentro, como vem acontecendo, por exemplo, em algumas cidades gaúchas, onde a maioria de sua população ainda se diz católica.
Esse processo de laicização vem na esteira de outro mais importante (e que também passa a caracterizar nossa cultura ocidental: a democratização.  

terça-feira, 18 de março de 2014

EU (E AS SUAS)


Em duas postagens anteriores, dissertei brevemente sobre o Eu – essa consciência da própria interioridade em toda pessoa. Consciência que não é equivalente a controle de tudo o que emerge da interioridade, como as pulsões, e tampouco o controle de tudo o que imerge de fora, como a morte na família. Mesmo assim, o Eu vive seu melhor momento na cultura ocidental, nunca antes caracterizada por tamanha liberdade. Em épocas passadas, não seria aceitável algumas manifestações contemporâneas, que demonstram um individualismo radical. Exemplifiquei-o na disputa da herança, cada vez mais agressiva entre irmãos. Nesta aportunidade, cito outro exemplo, que, sem intenção premeditada, também se relaciona com a morte de alguém da família. Nessa hora extremamente dolorosa, o Eu sofre estímulos arrebatadores, cuja soma resulta, inevitavelmente, num sentimento de autopiedade. Sim, a pessoa chora “o que será de mim sem ele(a)”, incapaz de transcender a si mesma. Tal transcendência é possível com outra razão para o choro: “ele(a) perdeu para sempre a oportunidade de viver mais momentos felizes”. Ao invés da pena de si mesmo, sem a presença definitiva do(a) outro(a), o ágape – o aspecto mais sublime (e menos conhecido) do amor. Isso não é elucubração intelectual deste blogueiro, mera interpretação de leituras psicanalíticas. Há exemplos vivos em nosso meio social, pessoas que confessam sem problema a prévia incapacidade de experienciar a morte de seus pais ou irmãos. Tal precipitação, no entanto, não subentende uma dependência afetiva (como parece), mas o incômodo sofrimento que será imposto ao seu Eu, suscetível e hedonista. Tampouco a presciência leva a uma maior aproximação dessas pessoas com seus entes queridos (quase incomunicáveis, considerando-se a linguagem dos afetos).  

segunda-feira, 17 de março de 2014

A PROMÍSCUA E ILÓGICA LÍNGUA PORTUGUESA

Um preconceito de etnocentrismo linguístico impede que os falantes (mais precisamente os brasileiros) vejam a promiscuidade do idioma português. Penso que essa característica o torna inculto, mais que belo - conforme se expressou poeticamente Olavo Bilac. 
Há uma evidente falta de lógica, a princípio, na definição de uma mesma palavra, que pode ter significados completamente distintos, da denotação à conotação, do universal ao regional/familiar. 
O aspecto dinâmico da língua é a paixão dos dicionaristas. Abaixo o purismo é a ordem desde o século XX. Alguns erros cometidos pelo povo (na fala) são repetidos pelos produtores textuais (na escrita). 
Para exemplificar isso, transcrevo o primeiro parágrafo do texto de uma prova elaborada pelo Instituto Farroupilha de São Vicente do Sul:
"Ouvir música, falar ao telefone, ver TV, acionar o botão do elevador, ler as notícias, orientar-se no trânsito. As atividades cotidianas que utilizam os meios digitais são infinitas e aumentam todos os dias. Nem mesmo aqueles que, por ideologia, só ouvem discos de vinil e escrevem à mão, têm como fugir dessa realidade".

Pode um sequência qualquer ser infinita e aumentar continuamente?  
Não.
O autor exagerou no próprio exagero. Nada é infinito (exceto o Universo, para alguns cosmólogos, e Deus, para alguns teólogos).

O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa registra:
"infinito. [Do lat. infinitu.] Adj. 1. Não finito; sem fim, termo ou limite... 2. De duração, extensão ou intensidade extremas... 3. Inumerável, incalculável... 
No número 1, diz-se uma coisa lógica. No 2, há uma igualdade entre infinito e extremo. Todo extremo dá ideia de fim, de finitude. No 3, aplica-se raciocínio inverso do número anterior: da impossibilidade de se chegar ao extremo depreende a ideia de infinito. 
No fundo (e na superfície), a língua portuguesa reflete a cultura de seus usuários, que, à semelhança de seus primeiros falantes, têm pouco contato com o conhecimento objetivo.                                                                                                                          

quinta-feira, 13 de março de 2014

MEDO DE AVIÃO


Entre os passageiros do Boeing 777, da Malaysia Airlines, dois deles provavelmente já tivessem, em alguma vez na vida, participado do seguinte diálogo:
- Viajar de avião é muito seguro. Estatisticamente...
Ao que o outro rebate:
- Nunca viajei por medo. Tenho o pressentimento que, quando for obrigado a viajar, o acidente irá acontecer. 

(A propósito, eu sou esse segundo interlocutor. Nunca viajei de avião e tenho o pressentimento quê.)

terça-feira, 11 de março de 2014

HERANÇA: SEGUNDA REFLEXÃO

O retorno que faço ao assunto da postagem anterior tem o objetivo de aprofundar um pouco mais a reflexão, no sentido de compreender o comportamento excessivamente individualista de homens e mulheres. Os exemplos vivos são encontradiços em nosso meio social, muitos dos quais figuram em processos de herança que se acumulam nos escritórios de advocacia e no Fórum (independentemente do valor do espólio). A despeito de sua constitucionalidade, essa recorrência legal pelos tão requeridos (e nunca suficientes) direitos é já a manifestação de um individualismo antiético, causado por um salto significativo do Eu. Neste ponto é que avanço reflexivamente. O Eu parece ter ganhado a batalha de sua liberdade, a batalha contra o superego – até então constituído pelas autoridades externas e pela própria consciência. Entre essas autoridades, sobressaía-se a do(s) pai(s). O Eu livre do imperativo não resistiu às tentações do id, aos apelos dos instintos (ou pulsões), tornando-se um egoísta radical. Esse fenômeno psíquico, que ocorre no âmbito do indivíduo a princípio, projeta-se coletivamente a partir de 1968, Woodstock, Tropicália, Foucault etc. Sob a nova bandeira sociocultural, cujo lema é “Proibido Proibir”, “não se diferenciaria mais ‘boas’ e ‘más’ práticas sexuais”. Da mesma forma, “abolia-se qualquer ‘distinção’ entre música erudita e música pop”. (Exemplos transcritos de O homem-deus, de Luc Ferry.) A instituição do casamento foi atingida em cheio, não ultrapassando a fase inicial do Eros (paixão amorosa). Mas os filhos continuaram a nascer. Filhos do Eu – que não vivenciaram o amor como philia e ágape. Homens e mulheres, como já expresso acima, excessivamente egoístas na reivindicação de seus direitos, seja na divisão da herança, no trabalho, no trânsito, na vida. 

quarta-feira, 5 de março de 2014

HERANÇA: PRIMEIRA REFLEXÃO



À exceção de processos judiciais, não há estudo sobre a herança, isto é, sobre o comportamento humano que prevalece na transmissão do legado econômico entre pais e filhos. Tendo o início do século XX como marco importante no avanço das ciências sociais, a busca pelo conhecimento nessa área deveria ser bastante facilitada (em razão de sua atualidade). Mas não é assim. Para além de conceitos, as questões ligadas à sucessão causa mortis se limitam ao âmbito do Direito. Nenhuma análise sociológica ou filosófica acerca da desestruturação afetiva da família, cuja preservação estava entre os objetivos morais para a legalização da herança. Nas últimas décadas, essa contradição vem se acentuando na maioria dos casos de sucessão. Todo o patrimônio conseguido com muito trabalho pelos ascendentes e bem administrado pelo pai/mãe, a partir de sua morte, de repente, transforma-se em motivo de disputa acirrada entre os filhos, que se engalfinham num processo de negação da philia* e de afirmação do interesse individual. Se na horda, disputava-se a autoridade do pai; na civilização, disputa-se sua riqueza. Atualmente, para ser mais preciso, a briga entre os herdeiros começa antes do fato causador da partilha, com o ascendente ainda vivo. Dependendo de seu estado de saúde, de sua lucidez, ele amarga na velhice a triste condição de objeto do pior dos sentimentos: a ingratidão (dos filhos). O elo que mantinha a união da família se rompe abruptamente ante a perspectiva de levar vantagem ou ser prejudicado com a divisão dos bens móveis e imóveis. Por que isso ocorre? Essa é uma das questões a ser pensada, a ser respondida pelo conjunto de conhecimentos hoje disponível. O enorme avanço no Direito não tem similar na Filosofia, na Sociologia, na Psicologia...
* Termo usado por Aristóteles em Ética a Nicômacos, significando amizade, amor.