quarta-feira, 8 de maio de 2013

SOBRE A FELICIDADE



Mais de dois mil e trezentos anos separa a Ética a Nicômacos, de Aristóteles, e A arte da vida, de Zygmunt Bauman. 
Qual é a relação entre essas duas obras? 
Para responder, transcrevo o seguinte excerto do Livro I da Ética a Nicômacos
“Se há, então, para as ações que praticamos, alguma finalidade que desejamos por si mesma, sendo tudo mais desejado por causa dela, e se não escolhemos tudo por causa de algo mais [...], evidentemente tal finalidade deve ser o bem e o melhor dos bens. Não terá, então, uma grande influência sobre a vida o conhecimento desse bem? Não devemos, como arqueiros que visam a um alvo, ter maiores probabilidades de atingir assim o que nos é mais convincente? Sendo assim, cumpre-nos tentar determinar, mesmo sumariamente, o que é este bem, e de que ciência ou atividade ele é o objeto. Aparentemente ele é o objeto da ciência mais imperativa e predominante sobre tudo. Parece que ela é a ciência política. [...] Este bem supremo é a felicidade”. 
Do livro de Bauman, destaco o título da extensa introdução, para associar os dois grandes pensadores, a despeito do tempo que os separa: 
“O que há de errado com a felicidade?”.  
Raramente, a felicidade é admitida como o grande objetivo almejado a vida inteira. As pessoas correm por fora (e perdem-se por dentro), sem alcançá-lo. “Na pista que leva à felicidade, não existe linha de chegada”, adianta o sociólogo polonês. Isso ocorre pelo pouco conhecimento que elas têm do que seja a felicidade, indagava o filósofo de Estagira. 
Como podem conhecer algo que inclui o outro, se não conhecem a si mesmas? Neste espaço, venho insistindo na relevância do autoconhecimento.  
Caro blogueiro, o que você pensa sobre a felicidade? 

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