terça-feira, 21 de agosto de 2012

REFLEXÃO EM TEMPO DE CRISE



O homem continua a não refletir sobre as consequências das ações que realiza para assegurar seu conforto físico e psicológico. Em tempos primevos, ele agia forçado pela própria sobrevivência, o que era procedente. Construiu edificações à beira de rios, lagos, mares e oceanos, entre outros motivos para dissolver o fluxo putrefato de suas cloacas. Multiplicou-se de tal forma que foi obrigado a ocupar os interiores, onde as águas eram escassas. As cidades cresceram, e a demanda pelo líquido precioso superou a oferta in natura. A solução foi criar reservatórios e estações de tratamento, empresa que, em Santiago, coube à Companhia Riograndense de Saneamento. Com as raras chuvas que se precipitaram este ano, a barragem diminuiu seu volume de água a um nível jamais visto anteriormente. Das alternativas apontadas (por ambientalistas, inclusive) para fazer face à crise, uma consiste em perfurar poços que alcancem o aquífero Guarani. As justificativas para tal procedimento são as mais imediatistas, com um desdém pelo futuro que assombra a consciência mais evoluída. A frase retirada de um site é sintomática: “A quantidade de água doce (do aquífero) seria capaz de abastecer a população mundial por mais de cem anos”. Isso é para ser inacreditável. Estudos mais recentes, como o realizado pela Universidade Estadual de São Paulo, indica que há menos água do que se pensava há algumas décadas. Mesmo que abastecesse a aldeia global por cem anos, e daí? Que tempo é esse, considerando-se a história desde o primeiro hominídeo? E depois de passados os cem anos? Aonde buscaria água nossa espécie? Das calotas polares? Dos oceanos? O aquífero deve ser preservado de possível contaminação e de esgotamento. 

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