quinta-feira, 16 de agosto de 2012

DESOBEDIÊNCIA AOS PAIS

Hoje se encetou um diálogo interessante na seção em que trabalho. Falei sobre a atualidade de Nietzsche em relação ao excesso de sensibilidade (como uma das "misérias" do tempo presente). 
Meu colega Sílvio contraponteou na defesa do contrário, a falta de sensibilidade, que caracteriza as classes menos privilegiadas economicamente. O exemplo dado por ele persuadiu os demais da consistência de seus argumentos.
Meu colega Marcelo, evangélico, citou Timóteo, 3:1-2: "... nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos...".
Sem dificuldade de transpor a distância entre Nietzsche e a Bíblia (e entre os dois e a realidade), comentei a relação de predicativos elencados em Timóteo. Entre esses predicativos, podemos destacar um que é exclusivo do nosso tempo: desobedientes aos pais. Avarentos sempre houve desde tempos míticos. Egoístas, idem. O egoísmo fica subentendido no grande mandamento cristão de amar uns aos outros, ditado no modo imperativo.
Desobediência sempre houve, contestará o leitor (entrando no diálogo). Sim, de maneira pontuada na história da humanidade, esporádica, individual. A própria história humana, segundo o viés cristão de Erich Fromm, teria se originado de um ato de desobediência. Hoje ela é uma característica da nossa sociedade... Uma regra comportamental facilmente observável nas crianças e adolescentes.   

Nenhum comentário: