quinta-feira, 28 de junho de 2012

LITERATURA REDENTORA

Alain de Botton questiona em Religião para ateus se a cultura poderia substituir a Escritura. 
"As máximas de Marco Aurélio, a poesia de Boccaccio, as óperas de Wagner e os quadros de Turner poderiam ser os novos sacramentos da sociedade secular"
"A literatura, antes descartada como digna de estudo apenas por moças adolescentes e convalescentes, foi reconhecida como um campo sério e apropriado de análise dentro das universidades ocidentais durante a segunda metade do século XIX
"Em sua aula inaugural na Universidade de Oxford, em 1922, George Gordon, professor de literatura em Merton, enfatizou a escala da tarefa que caíra sobre seu campo de estudos: 'A Inglaterra está doente...  e a literatura inglesa deve salvá-la. Com as igrejas (no meu entendimento) tendo fracassado e os remédios sociais sendo lentos, a literatura inglesa agora tem uma função tripla: de ainda nos encantar e instruir, suponho, mas também, e acima de tudo, de salvar nossa alma e curar o Estado'
"Afirmações de que a cultura poderia substituir a Escritura - de que Middlemarch* poderia assumir as responsabilidades previamente atribuídas aos salmos ou os ensaios de Schopenhauer satisfariam necessidades outrora preenchidas por A cidade de Deus, de Agostinho - ainda soam excêntricas ou insanas em sua combinação de impoedade e ambição
"As mesmas qualidades que os religiosos encontram em seus textos sagrados frequentemente podem ser descobertos em obras da cultura. Romances e narrativas histórias podem habilmente transmitir instrução moral e edificação. Grandes pinturas de fato fazem sugestões a respeito de nossas necessidades de felicidade. A FILOSOFIA PODE, DE MANEIRA PROVEITOSA, LIDAR COM ANGÚSTIAS E OFERECER CONSOLAÇÃO. A literatura pode transformar nossa vida".
* Middlemarch é um romance totêmico escrito entre 1869 e 1871 por George Eliot, descreve a analisa o império inglês nos anos conturbados que antecedem a ascensão da rainha Vitória. Apesar do nome masculino com o qual assinava suas obras, George Eliot (cujo nome verdadeiro era Mary Ann Evans), traz em sua literatura uma defesa profunda e analítica do comportamento feminino.
(Dados do site  
http://www.revistabula.com/posts/livros/middlemarch-um-romance-totemico)

Dedico esta postagem a Erilaine. Não pensava encontrar alguém que gostasse tanto de literatura quanto eu.

Um comentário:

Rúbida Rosa disse...

Muito obrigada, amado.
Beijos poéticos!