quinta-feira, 22 de março de 2012

OS AUTÊNTICOS CRISTÃOS

Os evangélicos se consideram os autênticos cristãos, uma vez que a maioria  dos católicos nunca conseguiu se elevar religiosamente a ponto de uma tal autenticidade. Noutras palavras, as doutrinas e os ritos evangélicos destacam a figura de Jesus Cristo com mais veemência.
(O blog do Júlio Prates me motivou a fazer esta postagem.)
Desde os anos oitenta, quando evoluí para o ateísmo, com as leituras de Freud, Nietzsche e Russel, passei a escrever sobre o que pode ser sintetizado como a grande hipocrisia cristã. Na época, a Igreja Universal começava a crescer, a crescer sozinha (ante a indolência do trabalho evangelizador que, à exceção das Testemunhas de Jeová, fora relegado há muito). O crescimento da Universal é verificável ab origine no acúmulo de bens materiais realizado abertamente pelo seu pastor, o bispo Edir Macedo. Algo que denega os preceitos mais espiritualizados do cristianismo. 
Daqueles anos até hoje, os absurdos ocorridos em nome de Jesus Cristo foram crescendo extraordinariamente. Na mesma proporção, cresceu o número de igrejas, fundadas por pastores dissidentes de organizações em que eles não tinham acesso ao dinheiro arrecadado. Sim, a hierarquia dentro dessas organizações religiosas é inquebrantável, pessoal e não funcional (como é nas Forças Armadas). 
Hoje os absurdos passaram a figurar na grande mídia, vinte e muitos anos depois de minhas primeiras apreciações de valor. Os dois últimos casos são sintomáticos, envolvendo o "apóstolo" Valdemiro Santiago de Oliveira (1) e o líder da Igreja do Evangelho Quadrangular, Mário de Oliveira (2). Eta sobrenomezinho!
Minha implicância começa no âmbito linguístico: por que chamar esses salafrários de "apóstolo", "pastor"? Isso emporcalha semanticamente nossa língua. 
Mário de Oliveira comprou fazenda no Mato Grosso com o dinheiro de fiéis, depositado nas cerca de 15 mil igrejas existentes no país (com arrecadação estimada em meio bilhão de reais). Metade de uma fazenda  em Miranda (MS), que estava em nome de seu irmão laranja, coube à mulher  deste, Maria Mônica Lopes, após processo de separação conjugal. Mário, inconformado com a perda familiar, contratou pistoleiro para matar Maria. 
A guerra nada santa que ocorre entre as igrejas tem o mesmíssimo motivo das brigas particulares, entre os "irmãos" (dentro de uma mesma igreja).
Diante desses "pecados", meu ateísmo é de uma grandeza, de um caráter... 


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