terça-feira, 13 de março de 2012

INICIAÇÃO POÉTICA

Num dia muito longe, de que tenho uma vaga lembrança, acordei com aqueles feixes de luz a transpassar o escuro do meu quarto. As partículas em suspenso potencializavam a claridade que vinha de fora pelos buracos e frestas da parede. As formas que me assombraram durante a noite, nessa hora da manhã, voltaram a ser um casaco pendurado, uma mancha no teto, o nada animado pela minha imaginação. De repente, a janela se abriu, e o Sol apareceu luminoso sobre a coxilha estendida, a cavaleiro do Rincão dos Machado. Essa foi minha primeira visão do Sol, rito inicial que me faria um ser contemplativo. De uma forma inapagável, o fogo estelar marcou meu espírito, até então tabula rasa.  

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