sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

MAÇONARIA PERFEITA?

Em resposta a uma postagem do Júlio Prates (posteriormente excluída), Jorge Loeffler escreve o seguinte: 
"A Maçonaria como instituição é perfeita. Os homens que a compõem nem sempre. Ela prega respeito ao Estado e não discute política partidária e nem religião. Fora dos Templos, seus membros são livres".
Não conheço a maçonaria, já fui convidado e declinei. Não posso sequer opinar se ela é perfeita ou não. Opinião não é verdade (distinguiam os gregos clássicos). Sou racional, penso, não acho. 
Todavia, lendo o que escreveu Loeffler, tenho condições de fazer uma análise de seu discurso
Em "A maçonaria como instituição" posso inferir que a maçonaria é outra coisa também (que não vem ao caso). Ela é instituição. "Como instituição é perfeita." Não como a outra coisa que é (que não vem ao caso). Dessa forma, para quem não conhece a maçonaria (como eu), ela consiste numa instituição perfeita. A priori, isso não passa de uma opinião. Não posso conhecer qualquer coisa a partir de uma opinião, de um ideal,  de uma tese. Dialeticamente, a verdade pode vir com a síntese (ainda distante).
Não sei o que é a maçonaria, mas sei o que é uma instituição (constituída fundamentalmente por homens). Óbvio, Loeffler se refere apenas ao rito, ao costume, ao código moral da organização, o que fica subentendido a partir do segundo enunciado: "Os homens que a compõem nem sempre". 
Pressuposto 1: Há uma instituição maçônica perfeita sem os maçons.
Pressuposto 2: A maioria dos homens é perfeita.
Aqui sou obrigado a intervir peremptoriamente: no âmbito da realidade, nenhum homem é perfeito. Mesmo idealizado por uma religião falsamente teocêntrica, o homem não o é. 
Pressuposto 3: Os homens imperfeitos - uma minoria - sempre estão constituindo socialmente a maçonaria. Em razão disso, a organização deixa de ser perfeita.
No terceiro enunciado, Loeffler escreve que a maçonaria "prega o respeito ao Estado (e não discute política partidária e nem religião)". 
Respeito ao Estado? 
Pressuposto 4: Não houve a participação maçônica na Inconfidência Mineira, pela independência do Brasil. Da mesma forma, na proclamação da República. A história está equivocada em incluir maçônicos nesses grandes eventos que desrespeitavam o Estado até então constituído.
O próximo enunciado fundamenta o pressuposto 5: Dentro do templo, os membros não são livres. 
Como pode ser perfeita uma instituição que não proporciona liberdade aos seus membros? A propósito, qual instituição social torna mais livre o indivíduo? 
Não conheço as lojas maçônicas de Santiago. Conheço alguns homens que participam delas. E isso basta para saber que não se trata de instituições perfeitas.

4 comentários:

Anônimo disse...

As instituições refletem o comportamento das pessoas que a compõem.
Gostei da publicação.
Claudio

Claudio disse...

As instituições refletem o comportamento das pessoas que a compõem.
Gostei da publicação.
Claudio

Anônimo disse...

que perfeição é essa do seu loeffle? Dentro do templo, maçonaria é perfeita. Fora, os homens que a integram, podem não ser perfeitos... Isso me faz lembrar uma fruta muito conhecida, a melancia, verde por fora, vermelha por dentro. Sendo assim, cada vez que deparo com um maçon que dentro do templo é uma coisa e fora dele é outra, não posse deixar de lembrar da melan
cia.

Anônimo disse...

Muito boa a tua publicação, bela argumentação. Mas como algum maçom te convida para a maçonaria? Não és ateu?