quarta-feira, 19 de outubro de 2011

NOVOS BURGUESES

Todas as semanas, acompanhamos pelo noticiário on-line, pela televisão, jornais e revistas as notícias de corrupção, de enriquecimento ilícito, via de regra, envolvendo gente que transita por Brasília. Luciana Genro e Roberto Robaina escrevem, em A falência do PT, que há uma burguesia em ascensão no país, usando a máquina e o dinheiro públicos para o upgrade econômico. Dois aspectos necessitam ser desenvolvidos dos enunciados acima: 1) os brasileiros que mais se importam com o que é noticiado são os militantes dos partidos envolvidos com o governo, digo, com as falcatruas. Como uma arma de contra-ataque, eles criaram um jargão: imprensa golpista. 2) os brasileiros que se posicionavam contra a burguesia, que levantavam bandeiras revolucionárias até 2002, são os novos emergentes da classe tão difamada ideologicamente. Alguns desses militantes a ultrapassam em poucos anos, do alto da posição de ministro (inclusive). Os brasileiros de 1 e 2 são coincidentes. A maioria das pessoas honestas já não mais se escandaliza com o que vê, ouve e lê, numa demonstração pouco nobilitante de que sentem vergonha ou medo de expressar sua indignação. O tempo vislumbrado por Rui Barbosa já chegou, o que vamos fazer? A minoria ainda ousa manifestar-se, sair às ruas, antes de se romper definitivamente o fio de Ariadne que serve de guia para um estado ético (nestas alturas, sonho de uma noite de verão). Diante da possibilidade de alcançar o poder e, de lambuja, ganhar muito dinheiro, não há militante de esquerda que resista. Incluem-se nessa regra os maiores ideólogos de uma república socialista no Brasil, políticos de quinta sob a sigla PCdoB. As fraudes no programa Segundo Tempo, sob a gerência do ministro do esporte, contribuíram para a campanha presidencial de 2006. O mensalão não era suficiente.
Leiam a VEJA desta semana.

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