segunda-feira, 10 de outubro de 2011

HISTÓRIA NÃO CONTADA

Em regra ninguém conta história que diminua a importância dos fatos vividos por seus compatriotas. Neste aspecto, a parcialidade é plenamente justificável em razão do umbiguismo que a condiciona.
No Ocidente, poucas vezes se cogitou  que o Teatro de Operações no Mediterrâneo era indiferente para a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial (cuja virada ocorrera dois antes, em Stalingrado).
A participação do Brasil na Itália inscreve-se como uma das passagens mais evocadas da nossa história. Entre seus heróis, destaca-se a figura do sargento Max Wolf Filho, morto por uma rajada de metralhadora alemã, quando comandava uma patrulha de reconhecimento.
Há uma página, todavia, que registra a presença de dois soldados de “má conduta” na Força Expedicionária Brasileira. No dia 9 de janeiro de 1945, na localidade denominada Modaniana, Itália, Adão Damasceno Paz e Luiz Bernardo de Morais invadiram uma casa, estupraram Margelli Giovanna, de 15 anos, e assassinaram seu tio, Vivarelli Leonardo. Os dois foram condenados à morte, pena máxima de acordo com o art. 302, III, combinado com o art. 181, § 2º, V), do Código Penal Militar (da época).
Não houve a execução dos condenados, em razão do final do conflito, com a consequente comutação da pena. Mais tarde, processos de indulto restituíram a liberdade aos ex-pracinhas.
A distância do crime, física e emocional, não denega a insuflação e o ufanismo patrióticos. Da mesma forma, não há risco em romper o silêncio instituído, o esquecimento, para dar ciência aos leitores de um detalhe interessante: o soldado Adão Damasceno Paz era de Santiago. 
Certamente, esse dado não foi inscrito na história santiaguense, na sustentação de sua fama bandida. O município passou a ser denominado, meio século  depois, Terra dos Poetas.       

Um comentário:

Anônimo disse...

Esses dois imundos deveriam ter sido executados, até para salvaguardar a honra de nossos gloriosos pracinhas da FEB. Essa história de "brasileiro bonzinho" dá nojo. Não temos que ser povo bonzinho m... nenhuma, temos que ter mão pesada para criminosos. A pena de morte deve ser restaurada no Brasil, inclusive para crimes como traição e lesa-pátria. Por exemplo, o wikileaks apontou conhecido jornalista e âncora de telejornal brasileiro como agente da CIA. Em vez de estar numa masmorra ou ter sido executado como traidor do Brasil, o patife continua apresentando telejornal. É vergonhoso e nojento!