sexta-feira, 23 de setembro de 2011

HUMANO?

Lendo a última postagem da Fátima, denunciando violência humana contra animal, lembrei-me do início da minha produção intelectual. Final dos anos oitenta, passei a escrever todos os dias, ou quase todos os dias (a precisão aqui não vem ao caso, não passa de "força de expressão"). 
Um dos primeiros preconceitos que me pareceu muito claro, que poucos de meus semelhantes não o tomavam como uma verdade absoluta, consistia em associar semanticamente "humano" e "bondoso". A crença religiosa, fundamentada na mítica judaico-cristã, não permitia pensar de forma distinta. O homem é a imagem de Deus, trazendo em seu coração um quantum da bondade divina.
Com frequência, ouvia alguém se pronunciar que Fulano era humano, de reconhecida bondade. 
A partir dessa associação, para mim equivocada, passei a defender o outro lado, de que o homem também era mau, ruim. A propósito, a própria mitologia bíblica coloca um fratricida no princípio da descendência humana: Caim. 
Caim era bom ou ruim? 
Depois de Nietzsche, da teoria psicanalítica, de Krishnamurti e da genética, como o preconceito da bondade humana pode resistir a tantas verdades que provam o contrário?
Nenhum animal é mais cruel que o homem. Os vírus não chegam aos seus pés, uma vez que não matam por prazer, racional e dolosamente.

Um comentário:

Marcus Bittencourt disse...

É! E ainda é considerado racional.