segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"Y" E "Z"


As gerações Y e Z vivenciam um problema de ordem social em nossa cidade. Não diferente de outros lugares, os jovens santiaguenses são notívagos. De sexta para sábado e de sábado para domingo, eles saem de casa ao encontro de uma balada. Os clubes que sobrevivem não atendem a demanda, destinados a acolher outras idades. Os bares são escassos, a maioria com dimensões reduzidíssimas. Em ambientes particulares, nenhum ruído musical é permitido (a partir da terceira queixa é registrado um Boletim de Ocorrência). Como opções, restam as conveniências dos postos de combustível e as ruas. Nesses espaços abertos, essa gente gaia enfrenta o policiamento rígido do Estado, da família ou da própria consciência, não lhes permitindo ouvir música num volume alto, bem como beber uma cervejinha e dirigir seus automóveis. Não podem fazer isso na mesma noite. A cidade amadureceu em idade apenas, tornando-se mais ranzinza e intolerente com a sua juventude. O começo desse tratamento ocorreu por volta do ano dois mil, pouco mais, pouco menos, quando chegava o Carnaval. Houve uma guerra declarada aos QGs, mobilizando autoridades, cidadãos civis, mídia e uma gana repressiva contra os "desordeiros". O resultado é conhecido de todos: os jovens se refugiaram em Jaguari. A partir de então, Santiago ganhou a tão desejada paz e tranquilidade (saúde para aqueles que envelhecem antes do tempo). Para preencher o vazio no Carnaval, o poder executivo municipal tem se empenhado em atrair de volta os foliões ausentes. Todavia, o Carnaval acontece uma única vez durante o ano. E nos demais fins de semana? O Center Hall é uma exceção (anexando ao clube a conveniência e a rua), de iniciativa privada. As gerações Y e Z merecem muito mais que espaço físico para sua mobilidade e convivência social.

Um comentário:

Rúbida Rosa disse...

É fato: que dia nós iremos poder ouvir o bom e velho rock'nroll?