segunda-feira, 1 de agosto de 2011

FAIXA DE SEGURANÇA

Diante da mesa em que trabalho, abre-se um enorme janela, através da qual posso ver o azul das manhãs e o movimento na Júlio de Castilhos. Há mais de um ano, observo o tráfego de veículos e pedestres que ocorre em frente, exatamente sobre uma faixa de segurança. A via é de mão dupla, com um dos fluxos mais intensos no centro da cidade. À exceção de um Corsa vermelho, que quase atropelou duas senhoras idosas, nunca testemunhei algo que condenasse o comportamento dos motoristas. O mesmo depoimento não posso dar em relação aos pedestres, que atravessam a rua fora do local regulamentado ou, para fazê-lo, não esperam diminuir o fluxo veicular. O direito não é unilateral, há condições para reivindicá-lo e para usufruí-lo (além das regras instituídas pelo Código de Trânsito). A ética convertida em atitude, certamente, deixa de ocorrer à noite, principalmente depois da balada. No que concerne à velocidade máxima permitida, não há dúvida de que aquela faixa de segurança tão tranquila se transforma numa armadilha. Chego à conclusão que os condutores noturnos têm um outro perfil, mais jovens e, por conseguinte, mais propensos a infringir as normas de circulação. Não obstante o maior número de aulas que tiveram nas escolas e nos centros de condutores, alvos preferenciais das campanhas de conscientização veiculadas na mídia. Esse paradoxo é facilmente comprovado pela estatística, pelo número de acidentes trágicos. Penso com otimismo que vivemos uma transição para melhor. Há pouco tempo, as faixas de segurança em Santiago não cumpriam sua finalidade, uma vez que eram simplesmente ignoradas pelos motoristas. Hoje é perceptível a evolução. Isso é o que tenho observado no trânsito da Júlio de Castilhos. 

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