sábado, 11 de junho de 2011

ROMANTISMO COMPRADO NO COMÉRCIO

É uma grande incoerência associar romantismo, em sua acepção de sentimento puro, de doçura, com o materialismo, esse afã consumista que movimenta nossa sociedade. 
Já me disseram algumas vezes que não sou romântico, que não falo e não escrevo sobre o amor. Mas nunca me elogiaram por ser coerente, por não fazer essa associação (ou confusão) entre SER e TER - como o faz a maioria sem qualquer problema. A propósito, essa confusão entre o anímico ou ontológico e o material é observada amiúde no comportamento daqueles que dizem amar a Deus e amam de fato as riquezas.
Não leio nos jornais e não vejo na televisão que devo ser românticos no Dia dos Namorados. A propaganda que mantém essas mídias tão ativas me bombardeia que devo comprar um presente (quanto mais caro melhor, mais verdadeiro) e, somente por esse gesto, demonstrar meu amor.
Não compactuo com esse romantismo de fachada. Tudo o que pode "rolar" no Dia dos Namorados não é, em essência, diferente do que "rola" nos dias anteriores ou posteriores. 
As afeições não podem depender do comércio, como condição necessária para sua expressão entre as pessoas. A troca de presentes, meros adereços, não passa de uma possibilidade.  

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