sábado, 18 de junho de 2011

EPÍGRAFE DE O OVO

No ano de 1985, uma das questões de Literatura do vestibular para a Universidade do Paraná fundamentava-se no seguinte poema:
"Estive doente,
doente dos olhos,
doente da boca,
dos nervos até,
dos olhos que viram mulheres formosas,
da boca que disse poemas em brasa,
dos nervos manchados de fumo e café.
Estive doente,
estou em repouso
não posso escrever.
Eu quero um punhado de estrelas maduras,
eu quero a doçura
do verbo viver"
Há cinco anos, declamava-o, desde que lera pela primeira vez em O ovo apunhalado, de Caio Fernando Abreu. Caio transformara-o em epígrafe de seus contos. 
O poema é de um louco anônimo.
Passei no vestibular para o curso de Letras. No dia da matrícula, não encontrei meu Histórico Escolar. 

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