quarta-feira, 23 de março de 2011

ÚNICO E VERDADEIRO

A civilização a que pertencemos, fundada na metafísica judaico-cristã, equivoca-se ao acreditar que seu deus é único e verdadeiro. Nosso deus. (Não afirmo isso como nietzschiano, mas na condição de um pensador livre que alcança um estágio avançado de consciência autocrítica.) Primeiro aspecto do equívoco: ao invés de pensarmos, ainda acreditamos. Toda crença nos remete (inequivocamente) a um tempo pretérito do desenvolvimento humano. Segundo aspecto: a crença num deus superior a todos os deuses de diferentes povos ou civilizações (sobreviventes ou extintos). Brahma, Amon-Ra, Zeus, Odin, Tupã, entre outros, quando comparados com Jeová, o deus bíblico, não passam de mitos, lendas, personagens antropomórficas, deuses menores. Com o beneplácito de nosso deus supremo, invadimos o continente americano para cometer o genocídio de vários povos e civilizações. Mais tarde, escravizamos o continente africano, para, entre outros objetivos, converter os "gentios" ao nosso deus. Muitas guerras terríveis foram feitas apenas para preservar ou recuperar lugares sagrados. A belicosidade está tão impregnada em nós, em nosso espírito cristianizado, que, em certos períodos, lutas internas, fratricidas, ensanguentaram campos e cidade. Motivo: diferença na descrição do mesmo deus, único e verdadeiro.

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