sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O MELHOR ARRAZOADO

Por muitos anos, tentei dialogar com meu colega sem êxito. Minha intenção era convencê-lo do equívoco de suas crenças religiosas. Em contrapartida, ele fazia a mesma coisa em relação ao meu ateísmo (agnosticismo para ser mais correto). No final, pedia-me para respeitar sua fé. Mais tarde, por motivo de minha transferência, não mais nos encontramos por breves quatro anos. Aqui poderia abrir um parênteses, contando sobre novas discussões com outros colegas, repetindo-se a mesma história de argumentação inútil. De volta para Santiago, acabei reencontrando aquele companheiro de trabalho. Ele havia mudado de religião, saíra do _____________ e se tornara o mais ardoroso ______________. Aos poucos, retomamos as antigas conversas. Ele concordou comigo que estava errado na época. Agora, no entanto, tinha certeza de que estava no caminho certo, com Deus. Para dizer-lhe que estava errado outra vez, voltaria à estaca zero do entendimento. O dilema se perpetua: respeitar a nova crença do meu colega ou falar-lhe de sua ilusão? No caso de respeitar, estarei me omitindo com a verdade que ele poderá não mais desvelá-la sem ajuda. Desrespeitando-o em sua crença, posso tirar-lhe a possibilidade de evoluir por si mesmo, a única forma de evoluir verdadeiramente. 

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