terça-feira, 27 de julho de 2010

PAULO COELHO, BORGES E OUTRAS LEITURAS

Há uma enorme diferença entre ler Paulo Coelho e J.L.Borges. Quem lê Paulo Coelho habitualmente, lê Paulo Coelho e pouca coisa mais. Ou é principiante no mundo da leitura, ou não mais evoluirá na direção de J.L.Borges. O primeiro caso é compreensível: todo leitor tem uma história com começo. O segundo caso é lastimável. Quem lê J.L.Borges possivelmente tenha lido Paulo Coelho ou não. De qualquer maneira, não mais involuirá no sentido de lê-lo habitualmente. Depois de ter lido J.L.Borges, o leitor poderá ler um Paulo Coelho para não cair na tentação de criticá-lo sem conhecimento de causa.
(Não apenas Paulo Coelho, mas outros autores muito em voga nestes tempos de mediocridade. Não apenas J.L.Borges, mas Machado de Assis, João Guimarães Rosa, Julio Cortázar, Juan Carlos Onetti, Clarice Lispector, García Márquez, José Saramago e outros autores muito bons.)

Um comentário:

Unknown disse...

Dos escritores fantásticos, o meu preferido é
Jorge Luis Borges. Adoro Passear em seus labirintos, mas, como
Teseu, sem perder o fio do novelo.
Acho que a loucura e a lucidez andam lado a
lado, como dizia Raul Seixas que por um tempo fez parceria com
Paulo Coelho, entretanto, acho que o mais pirado é o Paulo que
recentemente lançou os livros intitulados O Aleph e O Zahir.
Como já citei acima, Borges era um Dédalo
da literatura, construiu vários labirintos e Paulo ficou aprisionado
em um deles.
Em seu surpreendente conto O ZAHIR que
faz parte do livro O ALEPH, Borges relata uma sucessão de acon-
tecimentos que o levam a adquirir uma moeda de vinte centavos
da qual a imagem não pode libertar-se, tornando-se uma idéia
fixa, moeda que ele denomina como ZAHIR. Em sua loucura
ele procura um livro que leva o titulo de URKUNDEN
ZUR GESCHICHTE DER ZAHIRSAGE editado no ano de 1899 pelo
autor JULIUS BARLACH cujo conteúdo relata sobre diversos objetos
que já foram ZAHIR que na tradição Islâmica quer dizer algo que
está presente e a mente não pode libertar-se.

Agora veremos a genialidade do cons-
trutor DÉDALO Borges: URKUDEN ZUR GESCHICHTE DER ZAHIR-
SAGE e o autor LUCIUS BARLACH assim com a fictícia tradição
Islâmica e o nome ZAHIR é pura imaginação BORGIANA. ZAHIR é
um composto árabe inventado por Borges. Para quem é atento na
leitura do conto e tem algum conhecimento da língua árabe notará
que a palavra se forma através dos acontecimentos da trama, a da-
ta de edição do livro fictício não e nada mais nada menos que o ano
de nascimento de Borges. Infelizmente Paulo Coelho não achou a
chave e foi emparedado no labirinto criado por esse grande Imortal
da literatura, resta agora ele não ser devorado pelo minotauro da crítica.