sexta-feira, 30 de julho de 2010

O ERRO DA GENERALIZAÇÃO

Em Santiago, está virando moda alguém-que-se-acha escrever ou falar qualquer besteira e os outros baixarem o pau na instituição desse alguém-que-se-acha. Esse alguém-que-se-acha vai pensar que ele é digno representante da instituição que seus críticos o consideram como hipônimo. Há casos piores, do alguém-que-se-acha escrever que a instituição a que pertence esteve presente em tal solenidade, por exemplo, e mostrar a própria foto (colocando-se em nível de igualdade com a instituição a que pertence). Via de regra, alguém-que-se-acha é figurinha carimbada, já conhecida pelos seus críticos.

O SONETO ORIGINAL

Minha dúvida sobre o soneto Cisnes, de Julio Salusse, persistiu até ontem, quando recebi o livro Julio Salusse, o último Petrarca, de Nilo Bruzzi. Na página acima escaneada, eis o poema manuscrito pelo próprio autor. Os erros se repetem em vários livros (inclusive em edições do Ministério da Educação e Cultura). Na Internet, nem se fala. O primeiro verso do segundo quarteto é o campeão de "versões" diferentes. Alguns exemplos:
Bem cedo, quando, desfazendo as brumas;
E nele, quando, desfazendo as brumas;
Quando, sobre ele, desfazendo as brumas;
Quando das vagas, desfazendo as brumas (transformado em bárbaro);
E sobre ele, quando, desfazendo as brumas (à moda santiaguense, dos novos poetas, com onze sílabas, o que condenaria o soneto ao esquecimento, não obstante seu conteúdo).
O verso correto é: Sobre ele, quando, desfazendo as brumas.
Outra dúvida pairava sobre o verbo "vagamos". Antologias e sites traziam o verbo "vogamos", de "vogar", isto é, manter-se ou deslocar-se à tona da água, flutuar.
Com relação a esse soneto, o Oracy me havia enviado a forma correta.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

NOVA EDIÇÃO DE "FILOSOFIA"

Já se encontra nas bancas a nova edição da revista acima. Para facilitar a leitura da capa, transcrevo as matérias anunciadas.
- CATÁSTROFE X RELIGIÃO - Janine Ribeiro e os limites desta relação: "Precisamos de algo mais sofisticado";
- AVANÇO OU EXTERMÍNIO? O transhumanista Nick Bostrom alerta: tecnologia que prolonga a vida também pode levar ao fim da humanidade.
- DITO E CONTRADITO - Espaço para debate aborda a possibilidade de cérebro e mente serem a mesma coisa.
- EXCLUSIVO: SLAVOJ ZIZEK - Filósofo esloveno relaciona e analisa HITCHCOCK, Wagner e a teologia cristã.
- A CORRENTE DO FUTURO - Eutanásia, engenharia genética, fim dos tempos. OSWALDO GIACOIA JR. discute como a Filosofia deve tratar temas do mundo moderno.
- Caderno de Exercícios: Epicuro e a felicidade dos prazeres moderados.

terça-feira, 27 de julho de 2010

PAULO COELHO, BORGES E OUTRAS LEITURAS

Há uma enorme diferença entre ler Paulo Coelho e J.L.Borges. Quem lê Paulo Coelho habitualmente, lê Paulo Coelho e pouca coisa mais. Ou é principiante no mundo da leitura, ou não mais evoluirá na direção de J.L.Borges. O primeiro caso é compreensível: todo leitor tem uma história com começo. O segundo caso é lastimável. Quem lê J.L.Borges possivelmente tenha lido Paulo Coelho ou não. De qualquer maneira, não mais involuirá no sentido de lê-lo habitualmente. Depois de ter lido J.L.Borges, o leitor poderá ler um Paulo Coelho para não cair na tentação de criticá-lo sem conhecimento de causa.
(Não apenas Paulo Coelho, mas outros autores muito em voga nestes tempos de mediocridade. Não apenas J.L.Borges, mas Machado de Assis, João Guimarães Rosa, Julio Cortázar, Juan Carlos Onetti, Clarice Lispector, García Márquez, José Saramago e outros autores muito bons.)

domingo, 25 de julho de 2010

QUANTA DIFERENÇA!!!

O próximo livro de Paulo Coelho tem como título O Aleph. Menos mal que não é um livro de ficção. Relata sua busca espiritual, viajando pela Transiberiana - linha férrea que atravessa o imenso território russo. Sua literatura não anda vendendo muito nos últimos anos, por isso a retomada de um tema que tornou o escritor conhecido internacionalmente (Diário de um mago). A fórmula é simples: uma mistura de cristianismo e nova era, com muita referência a Deus e ao próprio eu. O título é o mesmo de um livro de contos de Jorge Luis Borges. Muito esperto esse PC. Ele pode vender milhões, estar na Academia Brasileira de Letras, mas nunca será considerado pela crítica literária. Seus livros são muito ruins, cheios de erros incontornáveis. Leiam O alquimista, por exemplo.

sábado, 24 de julho de 2010

NÃO SOU ECOLOGISTA

Depois de uma postagem como a anterior, não dá vontade de escrever outra coisa. Outra coisa que venha a postar, certamente frustrará o visitante que espera pela continuação do mesmo nível estilístico e semântico.
Corro esse risco, ao apostar na atualização necessária do blog, sob pena de exclusão do hipertexto.
Hoje é sábado. De azul a cinzento, contrariando a cor desse dia. Nesta hora, começa a chover (obrigando-me a recolher as roupas estentidas no varal corrediço).
Desde as 10 horas, estou preparando o almoço. Sou metódico na cozinha. A mandioca ou polenta devem ser feitas antes para que estejam de morna a fria ao meio-dia. Mandioca com assado bovino ou suíno. Polenta com frango ou peixe. Não gosto de carne de ovelha.
Antes que me acusem: não sou ecologista!
Ecologista que se preza ou que mereça esse predicado não come carne, é vegetariano. Sugiro que leiam Peter Singer, filósofo australiano da atualidade.
Não sou ecologista. Tenho um forno elétrico em casa. As religiões que prescrevem um regime vegetariano são mil vezes superiores em bondade se comparadas às oriundas da mítica judaico-cristã.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O UNIVERSO É DEUS VISTO POR DENTRO

Um dos poemas do meu livro Vozes e vertentes encerra-se com as seguintes palavras: o universo é deus visto por dentro. Não havia meditado sobre o significado desse verso, que me ocorrera como um insight. As religiões que tiveram origem na mítica judaico-cristã nos ensinam sobre um deus (ou Deus) como criador do mundo, estando fora e acima em relação a este. Contraditoriamente, o homem é tido como um elo exclusivo a negar qualquer distância entre Deus (ou deus) e o universo. Meu verso retoma o panteísmo de Spinoza, ainda que não lembrasse desse filósofo na hora de escrevê-lo. Spinoza no símile, "o universo é deus"; "visto por dentro" é o acréscimo de originalidade dado por mim.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

CRÔNICA DOS HOMÓFONOS

Os dois irmãos nasceram e cresceram juntos. P. jogou bola desde os 5 anos. M. jogou bolita. Em comum, não gostavam de estudar. Recém adolescentes, fugiram da escola. M. para fumar nos terrenos baldios, P. para disputar torneios relâmpagos. Nunca mais se encontraram, para infelicidade dos pais, servente de pedreiro e doméstica. P. foi para a capital, levado por um grande clube de futebol. M. entrou para uma gang qualquer. Aquele virou craque, este vende crack.

terça-feira, 20 de julho de 2010

CRÔNICA DE UM BORDER

De repente me sinto pequeno dentro da paisagem urbana. Um ponto se deslocando visto do alto daquele edifício (que parece cair em relação as nuvens). Dessas nuvens, então, desapareço completamente. A cidade toda desaparece um pouco acima. O planeta vira bola de gude, antes de também desaparecer entre Marte e Júpiter. A salvação é inverter o zum. Com os pés a quebrar a calçada por onde passo, me sinto grande à beça de repente.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

OS LADOS DE UMA CONTROVÉRSIA

Há uma sentença que diz ter três lados uma controvérsia: o meu, o teu e o certo.
A polêmica iniciada por uma professora do curso de Direito da URI, culpando os alunos pela baixa aprovação na prova da OAB, encaixa-se perfeitamente na fórmula acima (tipo tese + antítese # síntese).
O Bianchini, como porta-voz de sua filha Marília, acerta em cheio: a culpa é dos professores e dos alunos.
Um acadêmico do curso me disse que todo mundo é aprovado no semestre, não obstante as notas baixas que não dariam direito sequer ao exame. Culpa do professor.
O Campus, às sextas-feiras, fica vazio, com inúmeras salas às escuras. Culpa dos alunos.

domingo, 18 de julho de 2010

MARÍLIA, MARÍLIA, MARÍLIA...

No Capítulo I da Arte Poética, Aristóteles parte da generalização de que quase toda poesia se enquadra como imitação. A mimésis constitui essência da arte. Luiz Costa Lima assevera que "todo realismo é essencialista".
O Arcadismo foi uma escola que, entre outras características, imitou os clássicos e poetizou o real (negando a subjetividade barroca).
Estudando três poetas árcades da literatura luso-brasileira, surpreendo-me com a flagrante imitação em torno da personagem de seus poemas.
PEDRO ANTÓNIO JOAQUIM CORREIA GARÇÃO (o mais influente poeta da Arcádia) escreve num soneto:
Três vezes vi, MARÍLIA, de alva lua
cheio de luz o rosto prateado
sem que dourasse o campo matizado
a linfa aurora da presença tua.
.
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA assim começa Lira I:
Eu, MARÍLIA, não sou algum vaqueiro
que vive de guardar alheio gado;
de tosco trato, d'expressões grosseiro,
dos frios gelos, e dos sóis queimado.
.
MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE principia o Soneto XI desta forma:
Olha, MARÍLIA, as flautas dos pastores
que bom que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-te! Olha, não sentes
os Zéfiros brincar por entre as flores?
.
Três grandes poetas. Não se pode dizer que lhes faltava imaginação, ainda mais Bocage, que se aproximava da nova orientação estética, o Romantismo (em que o imaginativo ganharia a melhor das expressões).

sábado, 17 de julho de 2010

POR FALAR EM FEIRA (III)

SMEC elogiada: Escritora Selma Feltrin fala a respeito da Feira do Livro de Santiago

15/12/2008

Ocorrida em novembro, a 11ª Feira do Livro de Santiago foi o acontecimento cultural mais marcante de 2008. Nesta semana, a consagrada escritora Selma Feltrin teceu considerações sobre o evento, promovido pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Santiago. Confira o artigo que ela escreveu: "Livros e viagens à sombra da Moisés Viana "A 11ª da Feira do Livro de Santiago, que foi instalada na área mais central e democrática da cidade, se consolida cada vez mais, enriquece a vida de seus moradores e visitantes. É uma concepção alternativa de bom exemplo às demais localidade da região. Em sintonia com esta concepção, neste ano, o tema escolhido “Quem não lê, não vê”, chama à reflexão, pois viver sem ler é viver prisioneiro do imediatismo e da superficialidade. Ler agrega saberes, vivências e valores que enriquecem não apenas a vida de quem lê, mas também a vida daqueles que o rodeiam e em qualquer campo da atividade humana. A cidade teve uma Biblioteca a céu aberto – em tempos de plena informatização tecnológica e de velozes mídias, que oportunizou a construção coletiva de conhecimentos. No entanto, mesmo havendo outras modernas ferramentas de comunicação e de relacionamentos virtuais, os livros precisam estar presentes, eles são formas de libertação, de mudanças de lugar sem precisar de movimento, propiciam emoções não-vividas e viagens a outros mundos. Durante a presença desta Biblioteca, leitores, escritores, mediadores de leitura e o público em geral conviveu em um espaço favorável à interação constante. Nesta convivência, as muitas crianças que lá estiveram, encontraram os escritores próximos a elas, ali mesmo à sombra das belíssimas árvores da Praça Moisés Viana. Elas receberam o tão desejado autógrafo – mesmo que ele tenha sido num simples pedacinho de papel e/ ou marcador de página – . Enquanto isso, outras pessoas se depararam com um livro há muito desejado. Todos, enfim, puderam sentir o quanto é enriquecedor um passeio à Feira e souberam apreciar as demais atrações gratuitas dentro da programação cultural, que contemplou a todas as faixas etárias, embaladas pelo “Quem não lê, não vê”. E no embalo deste mote, durante a minha permanência na cidade, pude sentir a importância da construção conjunta, da necessidade do conhecimento prévio e da orientação atenta do Educador – do Professor mediador de leitura – o quanto é relevante este papel. E ainda, nesta construção, o trabalho dos agenciadores culturais da Secretaria de Educação e Cultura –SMEC e do Curso de Letras da URI. Exemplos que oportunizaram a disseminação do prazer pelo livro, ao incentivarem ações voltadas à leitura, mesmo sabendo da insuficiência de políticas públicas que permitam o contato com essa fonte inesgotável de enriquecimento pessoal. Por tudo isso, manifesto um agradecimento especial à SMEC, não só pela calorosa acolhida, como também pelo agendamento prévio com as Escolas, o que me oportunizou o contato direto com os alunos – leitores, que já estavam desenvolvendo trabalhos com os meus livros. Neste contato, pude ver crianças capazes de estabelecer um verdadeiro diálogo interdisciplinar, mobilizado por um simples mote tirado de um desses livros. Também, pude ver a criatividade estimulada, como a releitura de poesias expressadas em outras formas de arte, esquetes e jograis. Fiquei maravilhada com o enfoque diversificado de diferentes atividades partidas de um simples texto. Alunos fazendo predições, comentários sobre determinada personagem do livro lido e emitindo juízo de valores. Uma verdadeira exposição de talento e criatividade. E foi neste momento de encanto que sedimentei o que penso sobre uma atividade de leitura: ela não deve ser dada para atingir objetivos nem fazer aferições, até mesmo porque as leituras são tantas como são os textos e suas possíveis leituras. As intenções de leituras são muitas e as interações muito mais ainda. A todos os mobilizadores de cultura da ”Terra dos Poetas”, que promoveram a 11ª Feira do Livro, esta festa literária que se constituiu em capitalização de idéias, de ações aplicadas em diversão e investimento num fundo extremamente rentável: a própria vida, – muitíssima obrigada por todo o carinho a mim dispensado. Parabéns, Santiago! até a 12ª edição, pois “quem lê vê melhor a vida”. Selma Nanci Feltrin

POR FALAR EM FEIRA (II)


Para quem não se encontrava em Santiago durante a Feira do Livro de 2008, ou que não tomou conhecimento desse evento, transcrevo abaixo parte da programação da 11ª Feira do Livro de Santiago (2008): Grupo de Danças da Escola Criança Feliz; Dança coreografada da Escola Carlos Humberto Aquino Frota; Peça teatral Flictz, Grupo Despertando para a Arte, da Escola São José; Grupo de danças da Escola Cristóvão Pereira; Momento Cultural com Lenira Heck; Pintura de rosto; Shou musical infantil Pandorga da Lua, de Santa Maria; Peça teatral A risada do rei, do Grupo Artemágica; Apresentação da Etnia negra, da Escola da URI; Exposição do Projeto Santiago do Boqueirão, seus Poetas quem São?; Oficina de danças; Oficina no Centro Cultural (com as professoras da URI); Etnia inglesa, parceria entre Colégio Medianeira e Skill (com a apresentação de Lígia Rosso); Show musical com vários artistas da Terra dos Poetas; Exposição de desenhos e pinturas de Otelo Ribeiro; Recital com Luiz Coronel; Sessão de autógrafos com Lise Fank (patronesse da feira); Sheila Waligora, Lenira Heck, Auri Sudatti, Selma Feltrin, Ayda Bochi, João Lemes, Natália Gondochikov, Oracy Dornelles, Rogério Madrid, Cácio Machado, Ellen Barboza, Luiz Coronel, entre outros.
(O recital com o poeta Luiz Coronel foi uma das apresentações mais belas que assisti em toda minha vida.)

POR FALAR EM FEIRA...

A nossa cidade vivenciou (de 6 a 9 do corrente) a maior e melhor feira do livro de sua história. Com o referencial das três últimas edições, posso adiantar que a do próximo ano será ainda maior e melhor. O evento cultural de primeira magnitude vem crescendo continuamente, de modo especial na participação do público visitante. A mudança do local, do centro da praça para a Rua dos Poetas (quadra do Banrisul), foi um dos diferenciais de 2008. A esse lance de genialidade, soma-se o trabalho dos organizadores, coordenado pela sempre doce Denise Flório Cardoso, secretária de Educação e Cultura de Santiago. A feira ganhou novos coloridos com a realização de um evento paralelo: a Festa das Origens. O tempo foi generosíssimo ao longo dos quatro dias (à exceção de uma chuva mansa logo após a abertura). A oferta não frustrou as expectativas dos leitores mais exigentes: Livrarias Santiago, São Paulo, Colisa, Itinerante (meu amigo Clóvis é um bibliófilo), Espírita e Seicho-No-Iê. Outros livros foram lançados por autores da Terra dos Poetas e de fora (Lise Fank, Oracy Dornelles, Narlei Gindri Rigotti, Ayda Bochi Brum, Ellen Barboza Ramos, Nuraciara Friedriczewski, João Lemes, Rogério Madrid, Cácio Machado, Sheila Waligora, Lenira Heck, Auri Sudatti, Luiz Coronel, entre outros). Acima do mercado, diga-se de passagem, encontram-se as pessoas. A feira também foi um local oportuno para o (re)encontro. O mais elevado objetivo do conhecimento, atingido por aqueles que demonstram finesse, consiste em ser com o outro, para o outro. A amizade é, por excelência, alteridade. A cultura santiaguense necessita de uma maior aproximação entre as pessoas e entre as instituições que elas representam.
(Publicado no Expresso Ilustrado em 2008)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

POR FALAR EM LIVROS...

Os organizadores da Feira do Livro de Santiago já estão trabalhando para realizá-la este ano. A responsabilidade direta pelos trabalhos é da Secretaria de Educação e Cultura. O fato de não ter ocorrido em 2009 (por motivos econômicos), NÃO excluiu a feira do calendário de eventos desse importante órgão público, subordinado à Prefeitura do nosso município. Obviamente, o trabalho exige a colaboração de outras instituições culturais, bem como de pessoas, pessoas e pessoas.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

NINGUÉM RECLAMA


NO FUTEBOL, O BRASIL FICOU ENTRE OS 8 MELHORES DO MUNDO E TODOS ESTÃO TRISTES. NA EDUCAÇÃO É O 85º E NINGUÉM RECLAMA...

Cristóvam Buarque


terça-feira, 13 de julho de 2010

LIVROS E LIVROS


Os dois livros acima me chegaram hoje. Provam a profundidade da minha leitura, ainda que em áreas tão diferentes. (Por favor, não me julguem mal pela palavra "profundidade".)
Marcelo Gleiser é brasileiro, professor de Filosofia Natural e de Física e Astronomia no Dartmouth College, onde dirige um grupo de pesquisa em física teórica. É autor, entre outro, de A dança do universo e de O fim da Terra e do céu. Já li e reli os dois.
Vera Lins é ensaísta, professora de Literatura Comparada da Faculdade de Letras da UFRJ e pesquisadora pelo CNPq junto à Casa de Rui Barbosa. Publicou Gonzaga Duque: A estratégia do franco-atirador e Novos pierrôs, velhos saltimbancos. Ainda não li essa autora.

HISTÓRIA DE UM LEITOR

Aos 13 anos de idade, mudei do interior do município para a cidade. O esforço e a inteligência demonstrados aos pais me livraram da enxada (pelo menos durante o ano letivo). No colégio, sem dinheiro para comprar o lanche na hora do recreio, refugiava-me na biblioteca. Ao invés de satisfazer a fome do corpo, alimentava fartamente o espírito. Era extremamente magro naqueles anos, uma simples gripe me colocava de cama. Minhas notas, em contrapartida, estavam entre as melhores. O mundo se descortinava nas páginas da Enciclopédia Conhecer, um tipo de máquina do tempo, ou buraco de verme. Nunca mais parei de ler. Inicialmente, tudo o que me vinha às mãos: revista, auto-ajuda (o único de que me lembro é O poder do pensamento positivo), dicionário, barsa, atlas geográfico, conto, (foto)novela, romance, poesia... (Bula de remédio, não sou exagerado, apenas em caso de extrema necessidade.) Esse ecletismo me fez evoluir continuamente, sem o risco de me fixar no gênero exclusivo. Paralela com a fruição, a busca de conhecimento sempre me orientou para uma leitura cada vez mais exigente. Por isso, li Erich Fromm, F. Nietzsche, James Lovelock, S.Jay Gould, S. Hawking, Desmond Morris, E. Kant, Bertrand Russel, Voltaire, J. Krishnamurti, Richard Dawkins, Mircea Eliade. M. Heidegger, David Hume, S. Freud, Aldous Huxley, W. Faulkner, J. Joyce, Clarice Lispector, J.L.Borges, J.G.Rosa, Carlos Nejar, F. Kafka, Fernando Pessoa, García Márquez, Machado de Assis, Pablo Neruda, Virginia Woolf, João Cabral de Melo Neto, Júlio Cortázar... (Obviamente, continuo a lê-los.) Por isso, os livros que compro são meticulosamente escolhidos. Adquiri um belo acervo, autorrecompensa que não posso negar depois de inumeráveis visitas a bibliotecas públicas e a estantes particulares. Sou freguês assíduo do submarino.com e da estantevirtual.com. Faço minhas as palavras de J.L.Borges: Que otros se jacten de las páginas que han escrito, a mi me enorgullecen las que he leído.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

SOBRE O SONETO

Os professores de Literatura Brasileira ensinam que no Romantismo houve uma rebeldia contra os modelos clássicos, tendo sido o soneto, por exemplo, não produzido entre os poetas desse período. Ledo e ivo engano (plagiando L.F. Veríssimo).
O poema mais conhecido de Álvares de Azevedo é um soneto:

Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando
Negros olhos as pálpebras abrindo
Formas nuas no leito resvalando

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
.
Castro Alves compôs o magnífico Último fantasma:

Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso,
Que te elevas da noite na orvalhada?
Tens a face nas sombras mergulhada...
Sobre as névoas te libras vaporoso...

Baixas do céu num vôo harmonioso! ...
Quem és tu, bela e branca desposada?
Da laranjeira em flor a flor nevada
Cerca-te a fronte, ó ser misterioso! ...

Onde nos vimos nós? ... És doutra esfera?
És o ser que eu busquei do sul ao norte...
Por quem meu peito em sonhos desespera? ...

Quem és tu? Quem és tu? — És minha sorte!
És talvez o ideal que est'alma espera!
És a glória talvez! Talvez a morte! ...

Para arrematar, caros visitantes, cito Luís Delfino, que "soneteou com mais abundância ainda que Boccage, Camões e Petrarca", segundo o crítico Agrippino Grieco.

Esse gênero criado antes de Petrarca, aperfeiçoado pelo poeta italiano, trazido para Portugal por Sá de Miranda, alçado à perfeição lírica com Luís de Camões, inaugurado no Brasil com Gregório de Matos Guerra, retomado classicamente com Claúdio Manuel da Costa, continuado pelo Romantismo (como foi exposto acima), feito escola com parnasianos, elevado musicalmente com Cruz e Souza (no Simbolismo), lexicografado com Augusto dos Anjos, retomado exaustivamente com os modernistas. Não fosse pelos sonetos, Vinícius de Moraes não seria recitado com a mesma frequência nestes dias. Carlos Nejar publicou um livro apenas com sonetos, cujo título é Sonetos do Paiol: ao Sul da Aurora.

Modéstia à parte, meu Inviso trem é um belo soneto:

O tempo arrasta mil vagões por hora,

Num tique-taque que de longe vem,

Tomando os túneis que minha alma tem

Para levar um pouco dela embora.

.

A pressa a tudo toca, sem demora

Meu corpo não escapará também,

Atropelado pelo inviso trem,

Que o arrojará um dia noite afora.

.

Irresoluto, encontro-me perdido,

À espera do que já passou por mim,

No vácuo do meu sonho não vivido.

.

Os olhos fitos no horizonte (à frente),

Uma ilusão que só posterga o fim

E o tempo – eterno maquinar presente.


ALGO EM COMUM

O que há em comum entre o futebol e a política, (hiponimamente) entre a realização de uma copa e as eleições no Brasil? O país deixa de existir para o que não diz respeito ao acontecimento, condicionado pela mídia que justifica assim sua razão de ser - e de ganhar rios de dinheiro.

domingo, 11 de julho de 2010

GERAÇÕES ROUBADAS


Ontem assisti ao filme Austrália, aventura e drama, com Nicole Kidman e Hugh Jackman. O que parecia ser uma mera exposição fotográfica e descontextualizada dos lindos olhos de Nicole e dos dos músculos de Jackman, a princípio, o filme foi ficando interessante (que me impediu de cochilar). A recorrência à "stolen generation", com o drama vivido pelo menino Nullah (Brandon Walters), e o bombardeio japonês deram mais consistência à história.
Stolen generation, ou geração roubada, refere-se aos filhos de aborígenes autralianos que eram separados à força de sua gente e criados por famílias brancas. Os pais eram expulsos do país ou isolados no deserto. Com uma política extremamente racista, da Austrália Branca, o governo queria diminuir a população negra. Iniciado por volta de 1900, o projeto de aniquilamento de um povo sofreu seus primeiros transtornos na 2ª Guerra Mundial, quando a própria população branca foi atingida pelas bombas japonesas. Mesmo assim, apenas em 1975, o governo criou novas leis que proibiram as práticas racistas.
No filme, Nullah vive na fazenda de Jady Sarah Ashley (Nicole). De tempo em tempo, a polícia vem atrás de crianças negras. Ao avistar a caminhonete dos agentes, o menino corre a se esconder na caixa d'água. Do alto de um platô, o avô de Nullah, chamado de King George, observa seus descendentes serviçais. Nullah é descoberto, capturado e levado para uma ilha do Pacífico, não distante de Darwin, sob os cuidados de religiosos. Paradoxalmente, a invasão japonesa liberta o menino da ilha e o avô da cadeia, acusado equivocadamente de matar o marido de Sarah Ashley.
No final, o menino deixa a fazenda, acompanhado pelo velho King George. Uma metáfora do fim das gerações roubadas.

sábado, 10 de julho de 2010

A CONTRADIÇÃO

Dentro da Livraria Santiago, encontram-se um pastor evangélico, um ateu e o livreiro. O pastor apanha um livro da estante sobre a vida de Jesus e discursa:
- Quanto sofrimento!
O ateu não se contém:
- Mais importante é o que ele ensinou...
Leitor de Nietzsche e crítico dos cristãos, o ateu compreende quais os sentimentos que compõem esse culto à personalidade de um Cristo que sofreu horrores, antes de ser morto numa cruz. Prossegue:
- Há uma contradição entre admirar Jesus e não seguir seus ensinamentos.
Diante do olhar pasmado dos outros, cita o exemplo do que está escrito em Mateus, "Deus e as riquezas" (ninguém pode servir a dois senhores...), ou " O jovem rico" (se queres ser perfeito...)
- O que fez o bispo Edir Macedo? Inseriu no corpo doutrinário de sua igreja que a prosperidade material neste mundo é uma promessa de Deus. O resultado é uma riqueza incalculável, a despeito de ter começado sua pregação há três décadas num coreto do Meier (RJ).
Dito isso, o pastor sai desnorteado da livraria. Sua vida pessoal é uma demonstração de indisfarçável corrida pelos bens materiais, desconhecendo-se dele qualquer gesto de amor ao próximo.
- As demais igrejas seguem essa doutrina da Universal.
O livreiro concorda, antes de dizer que frequenta uma delas.

INSTINTO TEOLÓGICO

"Eu guerreio contra esse instinto teológico: encontrei suas pegadas por toda parte. Quem possui sangue de teólogo nas veias se encontra de antemão em uma posição equivocada e desonesta em relação a todas as coisas. O páthos (paixão, emoção) que a partir disso se desenvolve chama a si mesmo de : fechar os olhos de uma vez por todas para não sofrer com o aspecto da falsidade incurável. A partir dessa ótica defeituosa em relação a todas as coisas, as pessoas fazem para si uma moral, uma virtude, uma santidade, as pessoas ligam a boa consciência à visão falsa - as pessoas exigem que mais nenhuma outra espécie de ótica deva ter valor depois que a sua própria foi tornada sacrossanta com os nomes de "Deus", "salvação" e "eternidade". Eu desenterrei o instinto teológico por toda parte: ele é a forma de falsidade mais difundida, autenticamente subterrânea que há na Terra." (Fragmento 9, O Anticristo, F. Nietzsche)


quinta-feira, 8 de julho de 2010

OFICINA DE ARTE POÉTICA

A partir de agosto do corrente, o Departamento de Literatura do Centro Cultural de Santiago realizará oficina de arte poética em caráter permanente. A coordenação será deste colunista, com o apoio do Centro Cultural e do jornal Letras Santiaguenses. Inscrições: julho/ agosto. Local: andar térreo do Edifício Melvin Jones. Horário e número de aulas semanais a serem definidos. Objetivos: oportunizar maior conhecimento da arte (principalmente dos elementos que constituem a poesia); desenvolver a sensibilidade estética (por intermédio da leitura e análise de poemas); escrever, escrever, escrever... Inicialmente, apresentarei um painel dos grandes poetas da Língua Portuguesa, escolas a que pertenceram, características, obras etc. A seguir, orientarei um amplo estudo sobre versificação, com realce para o ritmo (paralelismo, repetição, anáfora, epífora...). Os aprendizes terão oportunidade de conhecer o sistema métrico e de produzir de acordo com seus cânones. Da mesma forma, será estudado o verso livre (história, teoria e prática). Rima e estrofação. Figuras de linguagem (construção, de pensamento e de palavra), em especial a aliteração, a prosopopéia e a metáfora. Todo exercício atinente a cada assunto desenvolvido culminará com a produção textual. Os poemas serão expostos no Centro Cultural e publicados no Letras Santiaguenses. A realização da oficina se justifica plenamente diante da necessidade de aperfeiçoamento expressivo (em se tratando de poesia), emergente de uma efervescência protoliterária da Terra dos Poetas. Muitos escrevem, dotados de vontade e imaginação, mas sem o conhecimento exigido minimamente para caracterizar seus textos com literariedade. Em Vulgarização da Poesia, postado neste blog no dia 10 de maio de 2010, sugeri que as instituições culturais de nossa cidade oferecessem uma orientação teórico-prática da arte da palavra aos jovens escritores. Não basta alçá-los à condição de poetas de uma hora para outra.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

COMENTÁRIOS DIVERSOS

A despeito da ausência quase certa no cardápio gaúcho, a pimenta é ingrediente obrigatório no meu prato. Desenvolvi o hábito de misturá-la ao arroz (principalmente) no Rio de Janeiro. Quando alguém me diz que vai a Rivera, peço-lhe que compre uns vidros de pimenta para mim. Faço salada de pimentão verde, misturada com cebola picada. Gosto da malagueta, a vermelhinha mais forte. A falsa impressão que tem seus depreciadores é que ela faz mal ao estômago ou fígado. Não faz mal algum, exceto para a seção final do sistema digestivo.
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Minha implicância com o futebol não é de hoje. Ano passado, deixei de assistir Grêmio e Fluminense no Olímpico. Encontrava-me muito próximo do estádio, mas resolvi protestar contra o abuso do ingresso mais barato: R$ 40,00 (quarenta reais).
Pela primeira vez, hoje vi uma reportagem contra a copa. Penso em escrever minha coluna para o Expresso Ilustrado com esse assunto.
O cara desta copa, negro, naturalmente, não é Mandela ou Jacob Zuma, tampouco Eto'o ou Drogba, mas Murphy Allan. Esse é o nome do líder dos manifestantes em Durban. Disse ele: "Se há dinheiro para os estádios, não deveria existir pessoas sem-teto".
O prejuízo da África do Sul ultrapassa um bilhões de dólares. Os lucros da Fifa superam 200 milhões de dólares.
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O que a África do Sul fará com os estádios?
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Como o Brasil fará os estádios que faltam?


MOMENTO DE DOR (E DE SABEDORIA)

Em sua hora de luto, João Lemes revela uma sabedoria que transcende todos os sistemas metafísicos, todas as crenças religiosas e todos os mitos:
"Sou realista. Entendo que Deus não chama ninguém. Ele pode até nos dar a vida, mas tirá-la, jamais. Se morre porque é natural como tudo aquilo que nasce".
Há quatro anos, perdi minha mãe. Até hoje ainda choro pela felicidade que ela deixou de viver. Não por mim, choro por ela. Não sei se é essa a mesma dor do meu amigo, a qual deve necessitar mais de silêncio do que de palavras.

domingo, 4 de julho de 2010

LEITURA CRÍTICA

O Zero Hora deste domingo traz esse anúncio na página 23. O leitor acrítico, caso se detenha a ler a frase, há de dar um sorriso imperceptível antes ao virar a folha, mais ou menos reconfortado com a mensagem. Jamais a questionará, todavia. Ele necessita disso mesmo. O anúncio atingiu o objetivo em cheio, ao anunciar os principais patrocinadores da Rede e adiantar um prognóstico maravilhoso. O sorriso de satisfação desse leitor ao virar a página prova que sua autoestima está assegurada, não obstante a proximidade da "tragédia".
O jornalismo e a publicidade enriquecem graças a esse tipo de leitor.
Uma leitura crítica, ainda que não realizada por um fundamentalista (daqueles que não tomam Coca-Cola por uma questão ideológica), facilmente perceberá o engodo da mensagem. No sentido figurativo, "engodo" significa "falsa atitude de lisonja, de adulação". A linguagem coloquial, do tipo "ganhar... vai ser", já tem o propósito de conquistar a atenção da massa acrítica.
O Hepta não seria ainda melhor?
Em que se fundamenta o pretenso favoritismo do Brasil para a próxima copa? Pela campanha na África do Sul? Pelo fator local? Em 1950, perdemos em casa para o Uruguai. As seleções da Alemanha, Holanda, Espanha, Argentina, entre outras, não perderão a condição de favoritas também.
(continuo mais tarde)

sábado, 3 de julho de 2010

PROSA OU POESIA?

MERGULHO II
Na primeira noite, ele sonhou que o navio começara a afundar. As pessoas corriam desorientadas de um lado para outro no tombadilho, sem lhe dar atenção. Finalmente conseguiu segurar o braço de um marinheiro e disse que não sabia nadar. O marinheiro olhou bem para ele antes de responder, sacudindo os ombros: "Ou você aprende ou morre". Acordou quando a água chegava a seus tornozelos.
Na segunda noite, ele sonhou que o navio continuava afundando. As pessoas corriam de outro para um lado, e depois o braço, e depois o olhar, o marinheiro repetindo que ou ele aprendia a nadar ou morria. Quando a água alcançava quase a sua cintura, ele pensou que talvez pudesse aprender a nadar. Mas acordou antes de descobrir.
Na terceira noite, o navio afundou.
Pedras de Calcutá - Caio Fernando Abreu

COMENTÁRIOS

Meu palpite para os jogos de hoje eram Alemanha 2 x 0 Argentina, Espanha 3 X 1 Paraguai. Acertei na vitória.
Terceira goleada da Alemanha: 4 a 0 contra a Austrália; 4 a 1 contra a Inglaterra; 4 a 0 contra a Argentina. Alguma dúvida sobre o favoritismo alemão?
Pergunto pelos craques, tão badalados antes da Copa? Pienaar (África do Sul)? Rooney (Inglaterra)? Drogba (Costa do Marfim)? Kaká? Messi? Cristiano Ronaldo? Fernando Torres (Espanha)?
Troféu do pior atacante: Cardozo (Paraguai).
Ontem, o Uruguai lembrou o Grêmio dos Aflitos. Sem Suárez, sem força ofensiva contra a Holanda.
Espero que Klose faça os gols que faltam para superar Ronaldo Nazário. Os brasileiros necessitamos saber que todo orgulho será castigado.
O que aconteceu no vestiário do Brasil no intervalo de ontem? Alguma palestra para perder o jogo?
Não consigo esquecer a cara de tristeza do Dunga antes de começar o jogo.
E a cara do Maradona depois do jogo contra a Alemanha? Outro que aprendeu uma boa lição. Não poderá cumprir sua promessa de ficar pelado junto ao Obelisco. Tampouco a modelo paraguaia Larissa Riquelme desfilará nua. Todos muito bem vestidos a partir de agora, como sói ocorrer a um europeu (ou a um uruguaio).
A mídia brasileira, com a maior cara de tacho, já está convocando para 2014. O Kaká continua.
Para substituir Dunga, foram citados Felipão e Leonardo.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

ESCLARECIMENTO

A postagem sobre os palpites ficará gravada nos rascunhos. A minha tese estapafúrdia precisa de maior destaque depois da derrota do Brasil. Ainda me pergunto quem seria(m) o(s) pivô(s) para provocar a nossa desclassificação. Dunga? Kaká? Júlio César? Felipe Melo? Luís Fabiano? Todos eles? A cara de tristeza do Dunga antes de começar a partida... seria apenas por culpa da gripe? A agressividade do Felipe Melo... teria uma explicação? As péssimas atuações de Kaká e Luís Fabiano... seriam normais?
Meu palpite lógico era o empate. Sneijder foi dez vezes melhor que o Kaká. Não sou um torcedor apaixonado, a desclassificação nas quartas-de-final não me afetou bulhufas.