sábado, 9 de janeiro de 2010

DESABAFO

Nunca darei as costas aos meus interlocutores, mas preciso confessar-lhes algo que me incomoda nestes dias. Depois de um momento de puro entusiasmo com o hipertexto, sobretudo o já estruturado em nossa blogosfera, experimento uma sensação em que se misturam desânimo e subestimação do próprio discurso. Simplesmente, cansei. A saída estratégica para essa "crise" seria dar um tempo, tirar umas férias. Virar as costas aos meus interlocutores? Outros blogueiros já passaram por isso, alguns abandonando ou excluindo sua página eletrônica. A vontade de imitá-los agora, todavia, encontra um argumento que a enfraquece. A postagem anterior, em poucas linhas, tentou justificar o contrário. Nesse intuito, abri o Zero Hora de hoje, outro sábado cinzento (que é do azul?), para encontrar um assunto interessante, que me motivasse discursivamente. Qual o resultado (para não dizer desencanto)? Nada me chamou a atenção. Inclusive o caderno Cultura, do qual sou colecionador. A coluna do Paulo Sant'Ana, Doença da solidão, foi uma exceção. Noutra hora, sequer a leria a partir do título. Larguei o jornal e peguei caneta e papel. O texto que escrevi sobre a impossibilidade de a ciência e a religião caminharem de mãos dadas mais parece uma agressão. Frustrado, decidi ligar o computador e desabafar com os caros visitantes. Se vale o paradoxo, sou meu contraponto nesta postagem.

Um comentário:

Ivan Zolin disse...

Froilam!


Não há escrita, que seja verdadeira para os outros. Escrevemos para nós mesmos, só assim poderemos atingir o outro.

Você deve libertar-se das amarras que impedem de você seguir com as próprias e mais confiáveis pernas.

Zolin

p.s.: chega de seguir estrelas, brilhe...