terça-feira, 13 de outubro de 2009

GRANDE POLÊMICA

Uma grande polêmica foi instituída no país a partir da escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016. As lágrimas do Presidente Lula demarcaram o ponto inicial do lado que se posiciona a favor. Os R$ 120 milhões desembolsados apenas para promover a escolha da cidade brasileira junto ao Comitê Olímpico Internacional, em contrapartida, demarcaram o outro lado. O gesto do presidente foi acompanhado (via satélite) pela maioria de telespectadores ufanistas. Os gastos iniciais, bem como outras despesas de bilhões e bilhões, em contrapartida, não foram e não serão divulvados por dois motivos. Primeiro, isso daria farta munição discursiva aos contrários. Segundo, a transparência não constitui definitivamente o caráter de nossos políticos e administradores.
Para a realização do Pan-Americano (2007), as despesas orçaram em três vezes mais que o previsto, já computados os 18,4 milhões desviados pelo coordenador das obras em âmbito federal. A propósito, esse cidadão (sic), condenado pelo TCU, volta ao cenário como integrante da comissão organizadora dos jogos olímpicos. Para a Copa do Mundo de Futebol, os investimentos deverão ser trezentas vezes maiores (bola lançada às costas dos estados pelo presidente). Para as Olimpíadas, os gastos extrapolarão mais trezentas vezes.
A vila construída para o Pan encontra-se (ou perde-se) desocupada. Depois de 2016, qual será o destino das construções exclusivas para os jogos olímpicos? Certamente, uma área nobre como a Barra da Tijuca, por exemplo, não será entregue aos plebeus, aos favelados.
As outras sedes no passado recente (Los Angeles, Seul, Barcelona, Atlanta, Sidney, Atenas e Pequim) são cidades ricas, sem as favelas numerosas e gigantescas (não necessariamente nessa ordem) que se mesclam à "cidade maravilhosa".
À exceção dos Estados Unidos (1994 e 1996), nenhum país sediou a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas na sequência. O Brasil será sede dos dois maiores eventos esportivos do planeta em 2014 e 2016.
O argumento principal a favor das Olimpíadas aqui, em território brasileiro, paradoxalmente, revela-se o mais fraco e quase insustentável: nosso país se insere ao clube dos grandes, em âmbito internacional.
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Lendo o Zero Hora de domingo, percebi mais claramente a grande polêmica já iniciada pelos colunistas Flávio Tavares e David Coimbra. Escrevi a postagem acima motivado pelo artigo esclarecedor de Flávio Tavares.

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