quinta-feira, 3 de setembro de 2009

IDEIAS DE UM BLOGUEIRO


I
O big bang não é uma teoria que intente explicar a origem deste universo; designa, isto sim, a verdade sobre o fenômeno mais recuado no tempo a ser descoberto pelo homem. Ainda que representado por uma metáfora, esse começo não poderá mais causar o deboche dos deturpadores do conhecimento científico. Os criacionistas logo emendarão seus discursos, para tornar equivalentes a grande explosão e o “fiat lux” divino. Não há outra forma de evitar a quarta frustração da parcela judaico-cristã da humanidade (depois do que se conheceu com Copérnico, Darwin e Freud).

II
O avanço da ciência sempre veio precedido da especulação filosófica. Sem a pergunta inaugural, não há resposta definitiva. Aristóteles, o primeiro grande sistematizador, só foi possível a partir de Tales de Mileto, Anaxágoras, Demócrito, todos os denominados pré-socráticos. Não obstante o conhecimento tenha se fragmentado, cada especialidade conta com grandes teóricos, perguntadores. A resposta a que chegou Edwin Hubble (1929), sobre a expansibilidade deste universo, permitiu novas perguntas acerca do big bang.

III
Como apologista da ciência (e da filosofia que a precede), arrogo-me o direito de especular sobre este universo. Por que “este” universo (repetido nos fragmentos acima)? A resposta é que pressuponho outro(s) universo(s). Este universo, com princípio, meio e fim, representa uma parte do todo, momentaneamente estruturada. O todo é eterno. Matéria e energia. Milhões e milhões de galáxias foram geradas a partir do big bang, num processo que imitaria, em escala inimaginavelmente maior, a formação do Sistema Solar, por exemplo. O pensamento, que viaja trezentas duodecilhões de vezes mais rápido que a luz, permite-me ver este universo como não sendo o único, contrariando um preconceito atomista.
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(Até o século XX, confundia-se a Via Láctea com todo o universo. Hoje se sabe que Andrômeda, por exemplo, uma das três galáxias vistas da Terra a olhu nu, é maior que o nosso conglomerado de estrelas. São milhões e milhões de galáxias neste universo que, por enquanto, sabe-se ser único.)

Um comentário:

Giovani Pasini disse...

As teorias do homem se baseiam em teses e antíteses.

Gostei de sua tese,
bastante embasada.
Sem dúvida Copérnico (estou lendo sobre ele), Darwin e Freud foram essenciais para a ciência.

Acredito que a maturidade humana ainda não está no seu ápice.
Quanto mais se realizam descobertas, mais surgem as dúvidas.

Não acredito num Deus que destrói torres (babel) que não levariam a nada, ou que escolhe um só povo...
Mas acredito em Deus!
Eu sei que ele existe.
Não é um Deus enfiado goela abaixo,
que troca desejos por oferendas,
delineado pela educação que transmite sem perguntar "Por quê?".

Também acredito num Big Bang.
O que não entra na minha cabeça é um efeito sem uma causa.
O antes - antes do depois.
Bem, talvez o meu Deus tenha provocado o Big Bang, pode ser...

Nietszche e Freud falaram verdades sobre deus - repito, sobre deus.

Não fomos nós que percebemos que o homem passou a conhecer muito o externo e se esqueceu do seu interior.

Muito boa a sua tese,
mas, prefiro a antítese.
Viva o Deus oculto!

E que deus o abençoe...