quinta-feira, 11 de junho de 2009

COLUNA DO EXPRESSO

A Escola da Ponte
O Seminário de Educação (que aconteceu esta semana) trouxe a Santiago um dos grandes educadores da atualidade: José Pacheco. Diferente da maioria dos teóricos, o professor português trabalhou por mais de 30 anos num projeto educacional completamente distinto do que conhecemos como escola. Referência em educação no mundo todo, a Escola da Ponte localiza-se na cidade do Porto, Portugal. De 1ª a 9ª série, nela não existem turmas separadas por idade ou escolaridade, nem lugar fixo ou sala de aula. Os alunos, organizados em pequenos grupos com interesse comum, reúnem-se em grandes galpões e desenvolvem programas de trabalho de 15 dias. Eles também escolhem o professor-tutor, com o qual avaliam o que aprenderam e formam novos grupos. A Escola da Ponte é pública, com “contrato de autonomia” que lhe autoriza a seleção dos professores-tutores. O axioma norteador de sua proposta pedagógica é a solidariedade. José Pacheco está no Brasil para orientar projetos semelhantes à Escola da Ponte. Em sua palestra, o professor, autor de vários livros e dono de um vastíssimo Currículo Lattes, começou a dizer que a educação é um ato solidário; que a inclusão se faz trabalhando as diferenças; que não ensinamos o que dizemos, mas o que somos; que uma pedra pode significar um ser vivo na visão de uma criança de sete anos; que as nossas universidades ensinam Piaget, Vygostki, entre outros, e relegam ao esquecimento os brasileiros Paulo Freire, Lauro de Oliveira Lima, entre outros; que não há diretor na Escola da Ponte, dividindo-se tamanha responsabilidade entre todos os professores, alunos, pais e comunidade. Para melhor ilustrar seu discurso, o professor José Pacheco citou Bertold Brecht, Manoel de Barros e Clarice Lispector. A vinda do eminente educador a Santiago foi uma feliz iniciativa da Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
Para saber mais sobre a Escola da Ponte http://www.eb1-ponte-n1.rcts.pt/

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