quarta-feira, 22 de abril de 2009

A ARTE DA VIDA


Hoje recebi o livro A arte da vida, de Zygmunt Bauman, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. Li as 25 páginas da Introdução num só fôlego. “O que há de errado com a felicidade?”, pergunta-nos o sociólogo polonês. Inicialmente, o autor questiona a correlação entre crescimento econômico e maior felicidade. Cita relatórios de pesquisa examinados por Michael Rustin, que conclui não haver aumento do bem-estar subjetivo com a melhora nos padrões de vida em nações como Estados Unidos e Grã-Bretanha. Noutros países, embora os índices de satisfação cresçam com o nível do PNB, “eles só crescem de modo significativo até o ponto em que carência e pobreza dão lugar à satisfação das necessidades essenciais, de sobrevivência”. Bauman é enfático: “Metade dos bens cruciais para a felicidade humana não tem preço de mercado nem pode ser adquirida em lojas”. Como exemplo, ele enumera o amor, a amizade, os prazeres da vida doméstica, a satisfação que vem de cuidar dos entes queridos ou de ajudar um vizinho em dificuldade, a autoestima proveniente do trabalho bem feito, o reconhecimento, a simpatia e o respeito dos colegas, entre outros bens não-comerciais. O mercado tudo faz para desenvolver “a crença de que há um vínculo íntimo entre a felicidade e o volume e quantidade de consumo”.

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