sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

CONTRAPONTO

O título do meu blog é CONTRA . (CONTRAPONTO). Meu amigo Ivan Zolin não VÊ o ponto e me pergunta num comentário "contra o quê". Para dar-lhe uma resposta rápida (nunca convincente), relaciono abaixo possíveis alvos do meu contrapontear:
- senso comum, sobretudo o gosto;
- toda forma de misticismo, sobretudo o das religiões tradicionais;
- discurso anticientífico (tipo a Ciência não tem todas as respostas);
- discurso esquerdizante, pseudodemocrático (tipo adoro Cuba);
- mitos modernos;
- establishment;
- etc.
Obviamente, nem sempre contraponteio. É muito oportunismo de meu amigo, tomar por base certas postagens politicamente corretas e perguntar "contra o quê".

2 comentários:

angel disse...

Froilan, acho que também sou contra.
Também não gosto de nada que seja lugar comum, ou sou assim porque está na moda, ou gostar de tal cantor me faz parecer mais intelectual, ou ser radical em algumas atitudes seja religião, política, ou o escambau.
Sou apenas eu. Sei que muitos poderão até me achar esquisita. mas ainda me agrada ser gentil, amável, cordial, romântica...
Sou meio fora de moda, mas quero muito uma vida serena embora fora esteja um caos. Difícil como equilibrar-se num fio de navalha. Mas vou tentando.
abraços.
Angel

Ivan Zolin disse...

Froilam!

Farei um comentário rápido. Quando retornar talvez faca um mais reflexivo, agora vou escrever pelo impulso.

Näo parece oportunismo questioná-lo sobre o quê "move", qual o "ínpetus" (poderia aqui lembrar Galileu) da sua busca.
Ser contra, pelo que foi apresentado, sáo posicöes, que eu poderia dizer: "todas" säo senso comum. Qual pessoa de mediana racionalidade discorda de algumas delas? O fato de haver essa concordância näo torna válida.

O ponto que desejo questionar é o de que ser "contra" também é um senso comum que você tanto combate, até a presenta o Nietzsche como argumento de autoridade, para justificar.

Além de crer no "contra" como modelo, as acöes faräo mais do que os votos de fé.

Tenho questionado e até mesmo colocado sob suspensäo a vida humana como missäo ou finalidade, no entanto é racional adimitir a " linha do horizonte" como um ponto real para nos guiar. Do mesmo modo, como muitas crencas, é uma invensäo humana, a maior de todas é a ciência.

Nessa linha näo há "salvacäo" os argumentos todos seräo insuficientes, cairemos num solipsismo que näo avanca na discusäo. Ser um cético também näo contribui para o debate.

Ser contra é a primeiras das formas de argumentar, como o "os gregos" ensinavam, mas isso já väo uns 4 mil anos. Hoje mais do que dizer há que justificar de um modo propositivo (por favor näo relacionem a programa de acöes políticas, mas sim argumentacöes racionais lógicamente válidas). Uma teoria deve ser refutada (e aqui está talvez o maior das virtudes da ciência admitir que pode estar errada)se há algo melhor para colocar no seu lugar. Enquanto isso näo ocorrer vamos "rezando" nosso "próprio catecismo".

Zolin