sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

NO TEMPO DO REI JOSIAS

Assunto puxa assunto. Faço outra postagem para transcrever o que li em A Bíblia não tinha razão, de Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman, respectivamente, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv e diretor de interpretação histórica do Centro Ename de Arqueologia da Bélgica.

"A saga histórica contida na Bíblia - do encontro de Abraão com Deus e sua jornada para Canaã à libertação da escravidão dos filhos de Israel por Moisés, à ascensão e queda dos reinos de Israel e Judá - não foi uma revelação miraculosa, mas um inteligente produto da imaginação humana; sua concepção teve início - como os recentes achados arqueológicos sugerem - durante o breve espaço de tempo de duas ou três gerações, há cerca de 2.600 anos. O local de nascimento foi o reino de Judá, região pouco povoada por pastores e fazendeiros, assentada de forma precária no meio de uma terra mantanhosa, sobre estreito espinhaço, entre ravinas escarpadas e rochosas e governada por uma cidade real afastada.
"Durante poucas décadas notáveis de efervescência espiritual e agitação política, perto do final do século VII a. C., uma improvável coalizão de oficiais da corte de Judá - escribas, sacerdotes, camponeses e profetas - se formou para criar um movimento. No seu âmago estava uma escritura sagrada de incomparável gênio literário e espiritual: era uma saga épica, composta por uma surpreendente coleção de escritos históricos, memórias e lendas, contos folclóricos e historietas, propaganda real, profecia e poesia antiga. Uma parte dela era composição original e outra, uma adaptação de fontes e versões antigas, mas aquela obra-prima literária passaria por nova edição e elaboração, a fim de tornar-se uma âncora espiritual não apenas para os descendentes do povo de Judá, mas para comunidades do mundo inteiro."

O dilúvio, por exemplo, foi uma cópia do Livro de Gilgamesh, modificado em seus elementos narrativos (lugar, tempo, personagens...) para servir aos propósitos conhecidos de todos.

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