quinta-feira, 31 de julho de 2008
ÁGUA EM MARTE
ofício
quarta-feira, 30 de julho de 2008
DESENCANTO... VACUIDADE
segunda-feira, 28 de julho de 2008
CONTRAPONTO
* Universal privado não configura uma contradição?
domingo, 27 de julho de 2008
PROSA X POESIA
PRÊMIO CAMÕES 2008
sábado, 26 de julho de 2008
NO ÂNGULO
sexta-feira, 25 de julho de 2008
a dor
é(n)sina
oo
seus métodos
libertam
do prazer
oo
a morte
espinho
cicatriz
oo
toda
vi(d)a
flor
oo
nas faces
do aprendiz
MOTIVO DE FESTA
terça-feira, 22 de julho de 2008
ARTE POÉTICA
segunda-feira, 21 de julho de 2008
O QUE É POESIA?
LUA AMADA
O primeiro poeta entre os homens, escrevi um dia, foi aquele que, saindo mais cedo de seu sítio, contemplou o Sol nascente, envolto em tons azuis, róseos, vermelhos e amarelos. O segundo, convencionemos, deteve-se a contemplar a Lua antes dos demais. Hoje, ainda, ela é cantada em prosa e verso, especialmente pelos apaixonados que buscam nos elementos da Natureza uma forma de interlocução poética. Os cientistas, perseguindo o sonho dos poetas, pisam em solo lunar no dia 20 de julho de 1969. Nesse dia histórico, em que Neil Armstrong afirmou representar a façanha um grande passo para a humanidade, confirmou-se que o astro é completamente estéril e que lá existe um único motivo de beleza, digno de contemplação: a vista do planeta azul.
KEFIR
Modo de fazer:
Num recipiente não metálico, junte os grãos de Kefir, água pura e açúcar mascavo (opção mais econômica), ou leite apenas. Após 24 horas, separar os grãos de Kefir do líquido com o uso de um coador ou peneira fina. Com os grãos lavados, reinicia-se o processo. A bebida pode ser consumida sem restrições, cujo maior benefício é a eliminação de microorganismos patogênicos da flora intestinal. Com a ingestão de Kefir não há intestino preso ou solto.
domingo, 20 de julho de 2008
UMA NOVA ESCRITORA
Algumas promessas literárias já despontam no horizonte de eventos que justifica o epíteto Terra dos Poetas para a nossa Santiago. Entre os novíssimos escritores, Erilaine Perez é um nome que merece nossa atenção. Seus primeiros textos (publicados no Letras Santiaguenses e no projeto Santiago do Boqueirão, seus poetas quem são?) permitem essa apreciação favorável. Ultimamente, vem editando em seu blog www.erilainepoeta.blogspot.com. A crônica da Erilaine é de uma profundidade e de um estilo que desperta o encantamento poético. Abaixo, transcrevo dois exemplos que iluminam:
oooo
ANTES DAS FLORES
Mergulhar na profundidade do sonho e emergir para a realidade. Era esse o seu propósito desde o princípio. De que adianta ser poeta, dono de asas, mas covarde para voar?
Partira para o arroubamento bem antes da estação das flores, quando as folhas ainda não haviam brotado e os galhos das árvores estavam secos.
Contemplativo, meditou sobre a ausência de cores no caminho e concluiu ser milagre a época da floração. Afinal, onde fica encubado o verde até que o sol nasça na primavera?
Pensou que talvez estivesse guardado na memória de quem atravessa o inverno a sua espera. Aquietou-se.
Seguiu caminhando no cinza turvo das dezoito horas, bagagem pequena nas costas. Não importava naquele caminho o que vestir ou parecer, mas as impressões que a estrada vazia desperta em quem busca sentidos que vivem no nada.
E foi do nada que nasce como limo no meio das pedras que ele encontrou os versos de um poema. Do nada que viu entre o bico do pássaro e a penugem do ninho que pôde visualizar o instinto.
No meio do caminho, a primavera chegou. E no intervalo absoluto de tempo entre botão e rosa, ele entendeu o rumo até o fim.
Muitos nadas acontecem todo dia na algaravia. Foi preciso o distanciamento das vozes para a liberação do gênio.
A multidão dos teres e haveres que confundia sua mente, logo ficou para trás. Ele ficou imerso até as asas nesse imenso mar. Encerrado no corpo, um estado entre o oxigênio e a liquidez. Senda ou sina, não sei. Apenas o entendo como ninguém mais poderia. Entendo-o, porque também sou poeta.
oo
sábado, 19 de julho de 2008
COLUNA DO JUREMIR MACHADO DA SILVA
NÓS, OS TROUXAS
oo
LANÇAMENTO DE "PÁGINAS IMPOSSÍVEIS"
sexta-feira, 18 de julho de 2008
quinta-feira, 17 de julho de 2008
LONGE DE MIM
me faz
misantropo
oo
não posso
acompanhá-lo
campo fora
oo
onde as macegas
sussurram
oo
o coração
se regozija
oo
no ermo
oo
longe de todos
e de mim
terça-feira, 15 de julho de 2008
poema
NOVA ESCOLA
CARÁTER ANTICIENTÍFICO
domingo, 13 de julho de 2008
RINCÃO DOS MACHADO
A Maria também fez uma panelada de chimia de abóbora (Houaiss grafa chimiê). Ajudei minha irmã nessa empreitada e mereci trazer uma parte do doce vermelho para passar no pão.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
LANÇAMENTO DE LIVRO
O SER, capaz de admiração e encantamento, continua mais vivo do que nunca, sob a pele de aparência do real. Nesse modo, a imaginação, por exemplo, tem status de verdade. Por isso, a Ilíada de Homero é mais importante do que a guerra troiana. No dizer de Will Durant, historiador e filósofo norte-americano, “sete Tróias jazem soterradas enquanto Helena é um imortal sinônimo de beleza”, pura criação do poeta.
A poesia é a manifestação do espírito, ao mesmo tempo, criador e contemplativo. Poder que funda o tempo mítico, por intermédio da palavra, e descreve as estrelas, os pássaros, as flores, tudo o que existe como parte do nosso universo interior.
Por falar em pássaro, Carlos Nejar escreve que “a arte da poesia é a arte do vôo. E as palavras no texto precisam flutuar mais leves do que a densidade do ar”. A poesia se faz com palavras que sonham em busca de sentido.
Ao contrário da República de Platão, que não admitia poetas, Santiago constitui-se já num lugar privilegiado por esses “encantadores de imagens e palavras”. Juntando-se a Manuel do Carmo, Aureliano de Figueiredo Pinto, Zeca Blau, Sílvio Duncan, Antônio Carlos Machado, Oracy Dornelles, novos nomes surgem no horizonte de eventos da nossa terra.
CÁCIO MACHADO DA SILVA, a partir de hoje, faz por merecer um lugar entre os nossos poetas. À semelhança dos demais, também telúrico, como o prova este seu livro de estréia: DIAS DE SOL E VENTO.
Um aspecto chama logo a atenção em seus poemas: a oralidade, que caracteriza a poesia de um Mário Quintana, por exemplo, aproximando o texto literário da fala cotidiana.
O livro traz a classificação “prosa e verso” (subscrita ao título). Com propriedade. Após a revolução estética modernista, os gêneros se (amalg)amam sem problema algum. O mesmo ocorrendo com o uso da linguagem, ainda dividida pelos dicionaristas em “universal” e “regional”. O autor canta sua aldeia com um vocabulário crioulo (galpão, coxilha, saleiro, xucro) e canta os temas mais recorrentes do mundo sem fronteiras, com um lirismo enxuto de verborragia. Exemplo disso é:
oo
No escuro
ooooooodo breu
da grande pirâmide,
tateamos eternamente,
atrás
ooooda visão
oooooodo grande olho.
Buscamos saber
ooooooooooque ser
ooooooooooosomos
no claro.
Alguns poetas amadurecem tardiamente, por isso seus primeiros frutos já trazem a outonal doçura que desperta a fruição do leitor.
DIAS DE SOL E VENTO revela um poeta maduro, na forma e no conteúdo. A partir de hoje, esse filho santiaguense se soma à plêiade que justifica o nobre epíteto dado a Santiago – Terra dos Poetas.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
CARLOS NEJAR (AOS PROFESSORES DE LITERATURA)
O ponto axial da criação contemporânea tem sido gerado por dois preconceitos. O primeiro, o da verossimilhança. O segundo, o dos gêneros em relação à linguagem e vice-versa. A verossimilhança na ficção ou na poesia não passa do fingimento pessoano. Ou entramos dentro da mágica da invenção, ou não temos esperança. A lógica está centrada na mágica e essa é a única verossimilhança admissível. “No amor que tiverdes, / tereis o entendimento dos meus versos.” (Camões) E tal lógica é a do amor que conflui noutra dimensão da realidade, como a dos sonhos e pesadelos. Ou a própria realidade rebenta do que é mágico. “Nada é mais inverossímil do que o real”, dizia Graciliano Ramos e, antes dele, Camilo Castelo Branco. “A palavra é a sombra do ato”, vislumbrou Demócrito. Contudo, a palavra vai além, já é o ato. Um ato cercado de sentidos. Para sermos reais, temos de morrer da razão, para nascermos imaginando. [...] Quanto aos gêneros, jamais se negou ou se negará sua existência. O poema há de ser o poema; o romance, romance; o conto, conto; o teatro, teatro; a crônica, crônica; o ensaio, ensaio. Mas em qualquer um deles, é a linguagem que determinará os gêneros, não os gêneros, a linguagem. [...] E no romance – trato do brasileiro – em exame tem um problema que é “o equilíbrio entre veritas e a realitas (Otto Maria Carpeaux). E entre o excesso de realidade e o de fabulação, desequilibrou-se pela carência de pensamento. No entanto se move com o novo romance, que se eleva na linguagem, exigindo a arte de fabular no real e a arte de ser verdadeiro no pensamento. [...] Assim, o romance ou poema, o teatro, o ensaio, a história vivem da linguagem, não dos gêneros que os designam. É relâmpago que apenas se clareia na escrita. [...] A literatura não só é “o despertar dos mágicos”, é o despertar, aos poucos, também do que continuará sonhando. Inexistindo equilíbrio humano sem literatura. Porque lida com a imaginação.
Como crítico, quem fez tal análise do que seja literatura? Para entendê-la, certamente, muitos dos nossos professores terão sérias dificuldades. Poucos sabem que Nejar é também um prosador originalíssimo. Publicou Um certo Jacques Netan, O túnel perfeito, Carta aos loucos, Riopampa: o moinho das tribulações, O selo da agonia: livro dos cavalos, Livro do peregrino, O evangelho segundo o vento, A engenhosa Letícia do Pontal, O poço dos milagres, Era um vento muito branco, Zão, O grande vento, A chama é um fogo úmido, Escritos com a chuva e com a pedra e Caderno de fogo.
(O livro História da Literatura Brasileira me foi presenteado pelo autor, que é amigo do Dr. Valdir Pinto.)
O autógrafo: "Para o poeta Froilam Oliveira, com o abraço pampeano e amigo do Carlos Nejar. PA - 28.11.2007"
terça-feira, 8 de julho de 2008
RECITAL NO CURSO DE LETRAS
O 1º Semestre do Curso de Letras, com a orientação da professora Sandra do Nascimento, realizou um recital esta noite. A sala de aula foi preparada para o evento, e os graduandos se caracterizaram de acordo com o poema recitado. Erilaine brindou a turma com Versos íntimos, de Augusto dos Anjos. Marcus Vinícius declamou o longo poema O corvo, de Edgar Allan Poe. Outros escolhidos: Camões, Drummond, Manuel Bandeira, Vinícius, Quintana, Antônio Carlos Machado, poetas gauchescos...
segunda-feira, 7 de julho de 2008
AREIA... E PÉROLA
FIM DOS RIQUIXÁS
O riquixá está proibido na China e na Índia. Calcutá foi a última cidade a permitir esse meio de transporte com tração humana. Tal proibição não decorre dos numerosos acidentes ou pela pressão dos direitos humanos, mas do surto de desenvolvimento por que passa esses países asiáticos. Transitoriamente, os riquixás foram substituídos pelos ciclo-riquixás (puxados a bicicleta, motocicleta etc.). Por que "transitoriamente"? A indústria que mais se desenvolve(rá) por lá é do automóvel, meio de transporte que acaba tomando conta das vias de trânsito. Imaginem cada chinês com um automóvel!
A GRANDE PIADA
domingo, 6 de julho de 2008
RECANTO DAS LETRAS
sexta-feira, 4 de julho de 2008
LÁBIOS DE VENTO
(O poema acima foi publicado no meu livro ponteiros de palavra. Os dois postados abaixo foram escritos ontem e hoje.)
GOIABAS MADURAS
amadurecem sobre o muro
e o silêncio
da tarde
penetra pelas janelas
baças
da casa
que escorre
por dentro
viscosa e doce
JOSIAS (OU O HOMEM QUE ESCREVEU A BÍBLIA)
ooooooojazia
nos olhos
ooooiserenos
do rei
ooooo(josias)
oo
o mito
ooooooise fez
real
israel
oooooooa grei
(querida
de deus)
oo
jerus
ooooooooalém
o templo
oo
o livro
oooooooooa lei
quinta-feira, 3 de julho de 2008
ART 165 (CTB)
trago
estrada ooo
esotooa ooooooo
oooorooog
ooooooooooooooooo
baf(a)um
metro
bafô metro
oo
álcool
problema oooooo
ooooooooalgema
ás
sem tino
assaz ooooo
oooooosino
OO
Escrevi esse poema em 1998, quando passou a vigorar o (novo) Código de Trânsito Brasileiro. Interessante é a letra "o" isolada, representando um pneu solto com o acidente. O final, ás sem tino assaz sino, apresenta um raro efeito fonético-semântico.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
ÚLTIMA PINTURA
terça-feira, 1 de julho de 2008
DIAS DE SOL E VENTO
FRATER
NO ESCURO
ooooooooooooddo breu
ooooda grande pirâmide,
tateamos eternamente,
atrás
oooooda visão
ooooooodo grande olho.
Buscando saber
oooooooooooooque ser
oooooooooooooosomos
NO CLARO.
SER NADA
OSTRA-SE
oooooooooo que teme seu verbo,
seus reflexos
ooooooooooopelos espelhos da vida,
se sofre calado
ooooooooooooem pé,
oooooooooooooooooooode joelhos,
deitado.
oo
Trancafia
suas ferramentas
ooooooooooooomais rudimentares,
e
passa
oooocomo se nada fosse.
oo
O ser nada,
oooooooooooooooooooo nada ser,
oooooooooooooooitambém passa,
ooooooooooooooooooé só querer!
ABRA-SE!
oo
oo
Dois aspectos me chamaram logo a atenção nos poemas do Cácio Machado: a oralidade, que caracteriza a poesia contemporânea, e o épico cotidiano. Por isso, Dias de sol e vento não necessitaria da classificação “prosa e verso” (subscrita ao título). Após a revolução estética modernista, os gêneros se (amalg)amam sem problema algum. O mesmo ocorrendo com o uso da linguagem, equivocadamente dividida em “universal” e “regional”. O autor canta sua aldeia com um frame crioulo (galpão, coxilha, saleiro, xucro) e canta os temas mais recorrentes do mundo sem fronteiras, com um lirismo enxuto de verborragia.
Alguns poetas (entre os quais me incluo) amadurecem tardiamente, por isso seus primeiros frutos já trazem a outonal doçura que desperta a fruição do leitor.
Dias de sol e vento revela um poeta maduro, na forma e no conteúdo. A partir de hoje, esse filho santiaguense se soma à plêiade que justifica o nobre epíteto dado a Santiago – Terra dos Poetas.