terça-feira, 16 de dezembro de 2008

UMA AUSÊNCIA SENTIDA

Quem é Papai Noel? Um produto acabado da Coca-Cola. Por que o velhinho usa roupas nas cores vermelha e branca? A maior marca do mundo capitalista financiou a ascensão midiática dessa figura que é a própria contradição personificada. Abaixo da linha do Equador, somos induzidos a pensar que vivemos próximos ao Pólo Norte, na entrada do inverno, e que desfrutamos das benesses do Primeiro Mundo.
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Numa passagem muito conhecida dos Evangelhos (Jn. 2:13-19), Jesus expulsa os vendilhões do templo. Uma pena que os cristãos a lêem ao pé da letra, sem o significado alegórico que transcende estes dois mil anos. Nenhuma igreja atual funciona sem dinheiro cooptado, como vi dentro da nossa matriz, com mensagens falaciosas, como se o próprio Jesus a escrevesse em cartazes. Tomando a Igreja Universal como exemplo, seguro é dizer que os vendilhões tomaram conta do(s) templo(s). A razão desse retorno é a ausência daquele chicote, daquele braço, daquele coração.
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Numa postagem abaixo, citei o Diabo, como venho citando Jesus. Mas só acredito neles como personificações do mal e do bem, respectivamente. Estou fortemente convencido de que as religiões, embora professem o ascensionado, enchem a boca interpretando o que ele disse, não conseguem ocultar que servem ao decaído.
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Sou agnóstico. Com o chicote da palavra, pretendo bater na hipocrisia e na contradição presentes nas religiões tradicionais (e nas novas também). Gostaria de fazê-lo com a fundamentação científica de um David Hume, com a argumentação filosófica de um Voltaire, com a lógica de um Bertrand Russel, com a paixão de um Nietzsche... Faço-o a minha maneira, citando os próprios preceitos cristãos como argumento de autoridade. À luz desses preceitos, repito uma verdade nietzschiana: o último cristão morreu na cruz.
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(Continuo mais tarde)

Um comentário:

Júlio César de Lima Prates disse...

Bela contribuição ao debate. Belas reflexões.